Lemos: “A fatura da venda da Infraero vai para o passageiro”

Em entrevista ao Brasil de Fato, presidente do Sina alerta sobre os dados do desmonte da estatal, proposto pelo governo golpista de Temer

Por: Brasil de Fato edição CNTTL
Publicação: 27/07/2017
Imagem de Lemos: “A fatura da venda da Infraero vai para o passageiro”

Francisco Lemos (Foto: Mídia Consulte)

O governo do ilegítimo de Temer está arquitetando o fim das mais  lucrativa empresa aeroportuária pública do Brasil e uma das mais importantes do mundo: a Infraero

De acordo com notícias de bastidores, a equipe ministerial está dividida: enquanto o Planejamento quer a privatização dos 56 aeroportos da estatal até 2018 – e sua consequente extinção -, a pasta de Transportes defende que esta passe a gerir um número menor de aeroportos.

O Planejamento justifica a venda propondo pacotes compostos por unidades lucrativas e deficitárias, o que garantiria o subsídio empresarial às últimas. Já o Ministério dos Transportes defende uma nova rodada de concessões, sem participação da estatal. Como consenso entre ambas, está à venda da participação da Infraero nos aeroportos já privatizados. 

Em entrevista ao Brasil de Fato, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, afirma que as duas posições podem significar, na prática, o fim da Infraero. “Esse governo é fruto de um golpe e especialista em dar golpes. O mesmo ministro que desmentiu foi para um salão na França e ofereceu os aeroportos brasileiros para quem quisesse comprar. Se tirar os aeroportos de Congonhas, Santos Dumont, Manaus, Curitiba, Belém e Recife da Infraero, vai ser o fim dela. Não vai ter como arrecadar o suficiente”, alerta.

O sindicalista afirma que a proposta de venda de aeroportos em “pacotes” não passa de história. Empresário não ganha dinheiro para subsidiar. Empresário subsidia a vida particular dele. É conversa para boi dormir. Há argumento de sobra sobre a viabilidade da Infraero continuar com o que resta, porque a grande Infraero já foi embora. Já foram concedidos mais de dez aeroportos grandes. Tiraram todo lucro que a Infraero tinha para subsidiar a malha e infraestrutura aéreas. Se vai ser concedido em bloco, o empresário compra, explora aquele que é superavitário e vai abandonar ou destinar uma miséria para os que não são”, salienta.

Segurança de voo em risco

Lemos alerta que o desmonte da Infraero vai comprometer a infraestrutura aeroportuária.  “Estão tentando convencer a sociedade de que esses aeroportos serão subsidiados pela iniciativa privada. Não existe isso em lugar nenhum. É ficção. Nós estamos chamando a atenção para isso. A infraestrutura vai sendo comprometida e, depois, acidente aéreo começa a ocorrer. Lembrando que 96% dos acidentes aéreos no mundo ocorrem no processo de pouso ou de decolagem. A infraestrutura está muito relacionada a acidente  Nós esperamos que a sociedade e as autoridades tenham consciência disso e barrem esse processo. Eles dizem que nossa posição é corporativista, mas se trata de garantir segurança no voo”, ressalta.

Aeroportos abandonados

Lemos ressalta também que o desmonte da Infraero pode gerar abandono dos aeroportos de menor porte. “Dentro do capitalismo é tudo dinheiro. As seguradoras avaliam onde as aeronaves pousam e decolam. Sob determinadas condições, elas vão cobrar muito caro. Evidentemente, a companhia aérea vai dizer: "não consigo cobrir o custo desse voo pagando um seguro tão alto". Eles vão retirando voo, e muitos aeroportos vão ficar abandonados, e a situação vai ficar para os governos dos estados ou para as prefeituras. Duvido que esse problema não vá ocorrer caso a Infraero seja desmontada.Compromisso social, todos nós sabemos, não é aquilo que o empresariado quer. Isso tem que ser dito: vamos ficar sem avião para determinadas áreas. Depois não adianta chorar”.

Aeroportos concedidos: a conta é do passageiro  

O sindicalista conta que a luta contra a concessão de aeroportos vem desde 2011, quando ocorreram os primeiros processos e que não é um processo que dá certo. “A concessionária de Viracopos, um dos primeiros a ser concedido, não tem dinheiro nem para pagar fornecedor. O Galeão foi definitivamente vendido para os chineses. As outorgas que as concessionárias iriam pagar estão todas atrasadas, e a ANAC não está fazendo absolutamente nada. Se a gente cair, vai cair lutando.

Para Lemos, o maior impacto das medidas que privatizam aeroportos recai sobre a segurança dos voos e, consequentemente, nos usuários: "A grande verdade é que privatizar aeroporto tem dado problema no mundo inteiro. E quem vai pagar a conta vai ser o usuário, o passageiro”, alerta.

 



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