Agência Brasil
Pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (31) aponta que o Brasil tem 2,6 milhões a mais neste primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o levantamento, 14 milhões de pessoas estavam em busca
de emprego entre fevereiro e abril de 2017. Em 2016, no mesmo
período, eram 11,6 milhões de pessoas, o equivalente a 2,6 milhões
de novos desempregados desde que o ilegítimo Michel Temer (PMDB)
chegou à presidência da República por meio de um golpe.
Os dados apontam aquilo que a CUT já defendia durante a campanha
pelo golpe: uma agenda recessiva impacta, principalmente, a classe
trabalhadora e as reformas prometidas por Temer para agilizar a
economia foram tiro na água.
Em abril deste ano, o mesmo IBGE destacou que o número de trabalho
com carteira assinada nos primeiros três meses deste ano foi de
33,28 milhões o índice mais baixo desde o início da pesquisa.
O rendimento médio do trabalhador também teve queda, foi de R$
2.040 nos primeiros três meses do ano passado, para R$ 2.107, no
mesmo período deste ano (é o contrário; os números são R$ 2.052 no
ano passado e 2107 esse ano) e não há sinais de melhora a partir
das propostas de Temer para o país, conforme aponta a técnica do
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioneconômicos), Adriana Marcolino.
“A economia ainda não deu sinais de recuperação efetivos. O que
temos são pontualmente alguns setores que num mês tem melhora e
depois não se consolida. Então, você não tem cenário que pode
promover crescimento econômico e do emprego de forma sustentável e
na velocidade necessária. Além disso, as políticas do governo, seja
do ponto de vista das políticas sociais, de desenvolvimento ou
infraestrutura não ajudam para a geração do emprego, ao contrário,
são recessivas e mantém o desemprego em patamares bastante
elevados”,
Continuidade de Temer é continuidade da crise
Para Adriana, o cenário de instabilidade política, econômica e
social que se aprofunda com a continuidade de Temer no poder, por
um lado, não inspira confiança nos empresários para investir. Por
outro, faz com que os trabalhadores temam por seus empregos num
modelo que propõe terceirização sem limites e rebaixamento de
condições dignas no emprego.
“Se havia uma pequena perspectiva de haver crescimento na economia
neste ano, isso pode nem se concretizar, porque entramos de novo em
outro desdobramento da crise, mesmo com o pequeno crescimento do
PIB no primeiro trimestre. Isso faz com que os trabalhadores sintam
grande nível de insegurança sobre seus empregos e rendimentos e
deixem gastos que julguem desnecessários ou possam postergar para
outro momento. Isso gera um clima de travamento da economia”,
explica.
Aliado a esses fatores, há ainda a retração do papel do Estado como
movimentador do país. “As reformas da Previdência, congelamento
teto de gasto, esvaziamento das Políticas Publicas, como os cortes
econômicos têm impacto negativo porque o Estado é grande indutor de
desenvolvimento, financiador da economia, que alavanca empregos. E
a proposta do governo não é seguir nesse caminho, ao contrário, é
privatizar e abrir espaço para o capita internacional, reduzindo na
infraestrutura e políticas sociais”, aponta.
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