Montagem Brasil 247
Para reduzir as resistências em sua base, o governo golpista de Temer fará novos recuos na proposta de reforma da Previdência, depois das cinco mudanças anunciadas na semana passada.
Em entrevista ao Brasil 247, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que estas mudanças pontuais não evitarão a greve geral do dia 28, contra as reformas previdenciária e trabalhista, que vem ganhando adesões de sindicatos de várias categorias. "Não queremos a reforma ligeiramente menos pior. Queremos que o Temer retire a emenda do Congresso e sente-se conosco para negociar com transparência, abrindo honestamente os números da Previdência", alerta.
Segundo o relator, deputado Otto Maia, o governo agora admite reduzir de 65 anos para 60 anos a idade mínima de aposentadoria para professores, policiais e trabalhadores no campo. Haverá ainda uma regra de transição para o novo regime, para os que já contribuíram com a expectativa de se aposentarem sob as regras atuais, e novas regras para os idosos e deficientes pobres que recebem o BPC – Beneficio de Prestação Continuada. Este BPC não é beneficiário previdenciário, mas benefício social da LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) mas mesmo assim o governo vai mexer nele, reduzindo o valor e endurecendo as condições de acesso.
Reforma Trabalhista
O presidente da CUT falou sobre a reforma trabalhista e atacou duramente a proposta de criação da categoria do "trabalho intermitente", pelo qual o trabalhador é remunerado apenas pelas horas trabalhadas.
“Isso é a recriação urbana do antigo boia-fria. É regulamentar o bico. Quem trabalha por hora não tem emprego, tem bico. É a volta ao século 19, ao início da revolução industrial, quando os trabalhadores eram praticamente escravos das empresas. Este trabalhador horista será como um jogador de futebol que fica no banco de reserva, podendo entrar em campo a qualquer hora, mas ganhando apenas pelos minutos que jogar. Quem vive nestas condições não tem como organizar sua vida. Não sabe quanto vai ganhar no final do mês, não sabe de que tempo poderá dispor para estudar ou ficar com a família. Isso é completamente inaceitável. Só um governo de cinismo ilimitado como o de Temer pode propor algo parecido. É a precarização completa do trabalho, o retorno à República Velha, quando não havia CLT”, destaca.
Greve geral
Sobre a greve geral marcada para o dia 28 de abril, Vagner disse que todos estão com grande disposição para a greve e que será uma resposta vigorosa dos trabalhadores a estas reformas do Temer.
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