(Foto: Filipe Araújo)
A ex-primeira-dama da República, Marisa Letícia Lula da Silva, recebeu (in memorian) nesta segunda-feira (27) o 5º Prêmio “Heleieth Saffioti – Mulher Destaque”, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo.
A honraria é entregue anualmente àquelas que agiram e agem em
combate à discriminação social e pela defesa dos direitos das
mulheres em São Paulo e no Brasil. Além de dona Marisa, também
recebeu o prêmio o grupo “Promotoras Legais Populares”.
A vereadora Juliana Cardoso, presidente da Comissão de Defesa dos
Direitos Humanos, Cidadania e Relações Internacionais, presidiu a
sessão solene, que foi aberta com a apresentação musical do grupo
“Cantadeiras”. Logo depois, tomou a palavra Herberth Ives
Bongiovanni , irmão de Heleieth Saffioti, que dá nome à honraria.
Ele agradeceu e louvou a existência do prêmio que leva o nome de
sua irmã, e lembrou que a família doou para a Unesp (Universidade
do Estado de São Paulo) os 15 mil volumes da biblioteca de
Heleieth, focada em questões de gênero.
Na sequência, Vera Machado, representante da Marcha Mundial de
Mulheres, uma das entidades que escolhe os premiados, destacou
algumas das causas que levaram à definição de dona Marisa como uma
das agraciadas neste ano: “Ninguém via realmente o papel de dona
Marisa: o de não ser nem recatada, nem do lar, mas uma guerreira,
que ajudou a construir o Partido dos Trabalhadores e dar suporte a
uma Presidência da República. Até o ano passado, nós tínhamos,
através do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, nós
tínhamos políticas de defesa dos direitos da Mulher no país.”
Depois, Marta Baião, líder no Centro Informação Mulher, disse:
“Nós, com certeza, temos muito orgulho de Marisa Letícia, gostaria
demais que ela estivesse vendo esta nossa homenagem.”
Já a coordenadora da Articulação Popular e Sindical de Mulheres
Negras do Estado de São Paulo, Sandra Mariano: “Homenagear dona
Marisa é homenagear quem tem na sua trajetória a luta das mulheres.
Ela foi a companheira do presidente Lula, seu braço direito e
esquerdo, mas não só isso. No ABC (região metropolitana de SP), ela
trouxe a força das mulheres para a luta. Quem se pergunta se dona
Marisa era feminista, basta ver sua história.”
Depois foi a vez da vereadora Juliana Cardoso tomar a palavra, para
dizer: “Nossa companheira Marisa não aceitou o papel de
primeira-dama que diminui as mulheres. Ela se dedicou a uma tarefa
muito mais ampla, muito além do assistencialismo a que ficam
relegadas as primeira-damas belas, recatadas e do lar. Ela ocupou o
papel de força de uma mulher que luta, que trabalhou junto com
outras mulheres metalúrgicas, que chegou a enfrentar, na rua, o
enfrentamento das forças de repressão, na década de 1980. Depois,
enfrentou a violência da perseguição ao presidente Lula e sua
família, antes, durante e depois do seu governo e da presidente
Dilma”.
Finalmente, a arquiteta Clara Ant, diretora do Instituto Lula,
concluiu as manifestações de púlpito. Amiga e companheira de luta
da família Lula da Silva há décadas, ela recordou as lutas
grevistas da década de 1980, quando a residência do casal se
transformou em uma segunda sede do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, então sob intervenção do governo federal.
Ela testemunhou: “A Marisa foi filha de benzedeira. Uma casa de
benzedeiro é um lar que recebe as pessoas quando elas precisam de
abrigo, de anteparo. Isso fez com que a Marisa desde sempre tivesse
forças para cuidar de pessoas, para ajudar quem precisa. Quando as
pessoas colocam sua própria casa à disposição da sociedade é que a
gente vê o quanto são comprometidas com o destino do coletivo, do
outro antes de si mesmo”.
A escolha das agraciadas com o Prêmio Heleieth Saffioti é feita
pelas comissões de Direitos Humanos e de Promoção e Defesa dos
Direitos da Mulher, da Câmara Municipal de São Paulo, além do
Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública do Estado de São
Paulo, da União de Mulheres do Município de São Paulo, do Centro
Informação Mulher (CIM), da Marcha Mundial das Mulheres e da
Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras.
Quem foi Heleieth Saffioti
Heleieth Iara Bongiovani Saffioti (1934-2010) nasceu em Ibirá (SP)
em 04 de janeiro de 1934. Graduou-se em Ciências Sociais pela
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São
Paulo (USP) em 1960 e dedicou toda sua carreira às questões de
gênero e luta pelos direitos da Mulher.
Entre suas principais obras, estão: “Profissionalização feminina:
professoras primárias e operárias” (1969); “A Mulher na Sociedade
de Classe; Mito e Realidade” (1976); “Emprego Doméstico e
Capitalismo” (1978); “Mulher Brasileira: Opressão e Exploração”
(1984); “Violência de Gênero: Poder e Impotência” (1995).
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL