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Leia a seguir no portal CNTTL o artigo da presidenta democraticamente eleita, Dilma Rousseff
No dia 22 de março, foi dado mais um golpe no país. Foi aprovado
pela Câmara dos Deputados, contra os interesses do povo brasileiro,
o projeto de lei permitindo que a terceirização seja praticada na
atividade-meio e na atividade-fim.
O projeto retira direitos históricos conquistados pelos
trabalhadores brasileiros desde Getúlio Vargas, enterrando a
CLT.
Só esse golpe parlamentar que aprovou meu impeachment sem crime de
responsabilidade poderia viabilizar uma legislação neoliberal
concebida na época de FHC.
A ressurreição dessa legislação fere de morte direitos fundamentais
conquistados pelos trabalhadores com a CLT, e tinha sido barrada
pela eleição de Lula, em 2003.
Ela precariza todo o mercado de trabalho no Brasil, cria condições
para a redução de salários e acaba com a proteção ao trabalhador,
ao permitir que todas as atividades de uma empresa sejam
terceirizadas, inclusive a principal.
Com isso, os patrões poderão contratar seus funcionários sem
garantias tais como férias, 13° salário, licença-maternidade,
abono salarial e outros direitos trabalhistas. O trabalho
temporário também foi ampliado de três para nove meses, mas poderá
ser indefinidamente prorrogado.
É uma lei perversa, criando um quadro gravíssimo pois permite a
terceirização total da força de trabalho.
Hoje a terceirização só é possível nas atividades-meio da empresa –
limpeza, vigilância, recepção e escritório, por exemplo –, e
precisava de alterações que protegessem os 11 milhões de
terceirizados.
A partir de agora, essa lei vai permitir que qualquer empresa não
tenha sequer um funcionário próprio, subcontratando empresas
locadoras de mão de obra, ou “pejotizando” o trabalhador.
Uma fábrica, ou siderúrgica, não precisará mais ter empregados
próprios, uma grande loja não precisará ter mais vendedores
próprios, uma escola não precisará de professores próprios, um
hospital não precisará ter médicos, enfermeiros e nem mesmo
auxiliares próprios.
Vão contratar uma pessoa jurídica, uma empresa intermediária, ou o
próprio trabalhador, daí o termo “pejotização”, pagando em média
30% do salário que pagava antes da lei.
Com isso, vão reduzir encargos trabalhistas, inclusive a
contribuição dos patrões para a Previdência, pois estes não terão
mais que pagar seus deveres patronais. É isso que quebra a
Previdência. Já os trabalhadores, como passam a ser pessoas
jurídicas, perdem os direitos previstos na CLT: férias, 13°, FGTS,
aviso prévio…
Se, com tudo isso, ainda querem mais, há o contrato temporário
“eterno”. Hoje, o trabalho temporário é limitado a 180 dias, mas
passa a ser de nove meses. Ou, se não houver proibição via
convenção coletiva da trabalho, pode prorrogar-se sem limites. Este
empregado também não tem direito a aviso prévio, multa do FGTS,
etc.
Esta monstruosidade se estende também ao serviço público, exceto
para as chamadas “carreiras de Estado”.
Com a desculpa de proteger 11 milhões de trabalhadores, hoje
terceirizados, vivendo com trabalho precário e salários baixos,
terceirizam toda a população trabalhadora do nosso país.
É mais um golpe.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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