Rejeição a Temer nas redes sociais chega a 89%

Pesquisas de opinião tradicionais já apontam que 51% consideram o governo golpista ruim ou péssimo

Por: Com El País
Publicação: 06/03/2017
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divulgação

Um levantamento da empresa de inteligência digital Veto, a pedido do jornal o El Pais, mostra que durante todo o mês de fevereiro 89% das manifestações relacionadas a Temer no Facebook e Twitter foram negativas para ele Michel Temer independentemente do perfil político do usuário.

O monitoramento levou em conta um universo de 30.000 pessoas usuárias do Facebook e Twitter. A Veto relacionou os comentários dos usuários sobre política e avaliou as páginas e perfis seguidos por eles. Por isso é possível observar para qual polo ideológico esses internautas pendem. Pela análise, quem se encontra mais à direita segue perfis como o de Sergio Moro, Aécio Neves, Jair Bolsonaro e sites anti-PT. Já os que se consideram mais à esquerda seguem o perfil de Lula, Dilma Rousseff, Jean Willys e Ciro Gomes.

A alta rejeição popular de Temer não é novidade. Vem sendo captada pelas pesquisas de opinião tradicionais – 51% consideram o Governo ruim ou péssimo e 10% avaliam a gestão do peemedebista como ótima ou boa, segundo a última pesquisa do Datafolha, realizada em dezembro. O estudo da Veto, entretanto, dá matizes deste descontentamento entre a opinião pública polarizada.

O mesmo levantamento revela que a definição de esquerda e direita assumida publicamente está mais em bolhas nos extremos de cada lado: 8% dos usuários monitorados se afirmam de esquerda, e questionam, por exemplo, a legitimidade do Governo fruto de um impeachment que eles definem como um golpe. Em outra ponta, 15% se apresentam como sendo de direita e não questionam a legitimidade de Temer no poder. Já 77% da amostra de usuários não têm um alinhamento ideológico claro, e tomam posições de acordo com um contexto específico – em 2016 a grande maioria apoiou a saída de Dilma, por exemplo. Este grupo também não questiona a condição de Temer presidente. Porém, 39% dos comentários captados nesse grupo avaliam mal o Planalto por percebê-lo como corrupto ou defensor de corruptos. “A ideia de que o Governo se esforça para impor obstáculos à Lava Jato é muito presente nessa argumentação”, diz o estudo.

O fim da corrupção foi um dos pilares que sustentou o pedido do impeachment de Dilma Rousseff nas ruas e fora delas e por isso a frustração aparece nas redes sociais. “Havia uma expectativa de parcela significativa da sociedade, manifestada nas redes à época do impeachment, de que um governo chefiado por um grupo político diferente do PT poderia trazer mudanças que culminariam em melhores resultados econômicos e práticas executivas pautadas pela ética”, diz a conclusão do levantamento.

Rejeição à reforma da Previdência

Outro fator que vem elevando o grau de críticas a Temer nas redes é a proposta de reforma da Previdência que está em debate no Congresso atualmente. Dentro do bloco dos 77% dos usuários sem definição política aberta, 37% dos comentários repudiam a gestão do presidente por políticas específicas.
 

 



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