Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Eleitores têm boas lembranças dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente associadas a aspectos econômicos e melhoria de vida. É o que aponta pesquisa realizada pela empresa Ideia Inteligência e divulgada nesta segunda-feira (13) pelo jornal “Valor Econômico.
Ao explorar os argumentos e as justificativas de um grupo selecionado de eleitores que declaram intenção de votar em Lula em 2018, “o levantamento identificou reiterados sinais de um sentimento de nostalgia em relação à sua gestão, de 2003 a 2010”, explica a matéria.
De acordo com os pesquisadores que conduziram o estudo, o discurso predominante no grupo foi de “gratidão extrema, ligada à sensação de boa situação financeira (…) que marcou os governos Lula na memória dos entrevistados”.
“A taxa de desemprego era muito baixa. No governo dele eu arrumava emprego fácil”, afirmou um dos participantes. “Antes eu escolhia a empresa que eu queria trabalhar”, completou outro. “Era um governo que todo mundo gostava, você não via ninguém fazer baderna”, resumiu mais um.
“Só quem não gostou da administração dele foi o pessoal da classe A. Muita gente começou a ter opção e salário melhor e parou de se sujeitar para os patrões”, finalizou outro entrevistado.
Outras manifestações destacaram a ascensão social durante os governos do ex-presidente. “O cara da classe E passou para a D, o da D passou para a C, e o da C passou para a B”, explicou um participante. “Ele [Lula] ajudou a diminuir muito a miséria”, disse outro. “No governo dele dava para fazer um mercado bom”. “Eu comia picanha”, lembraram.
A pesquisa também detectou sinais de insatisfação com o governo ilegítimo de Michel Temer. “Para mim não mudou nada”, disse um. “E só vai piorar”, completou outro.
O grupo era composto por pessoas das classes C e D de regiões periféricas de São Paulo, de 25 a 55 anos, que não são filiados ou militantes do PT.
Vale ressaltar que a pesquisa ocorreu uma semana antes do falecimento da esposa de Lula, a ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia.
O estudo qualitativo, apesar de não ter valor estatístico, soma-se à pesquisa realizada em dezembro de 2016 pelo Datafolha, que mostrou Lula como líder isolado em todos os cenários de primeiro turno, em simulação de eleições presidenciais.
Mesmo com toda a perseguição jurídica e midiática contra o ex-presidente em 2016, a pesquisa divulgada em dezembro mostrou que as intenções de voto em Lula cresceram, enquanto a taxa de rejeição ao seu nome apresentou tendência de recuo. Em seu melhor cenário, Lula pulou de 17% em março para 26% em dezembro.
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