Foto: Dino Santos
A manutenção do posto de cobrador/agente de bordo foi um dos temas da primeira reunião do ano da direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística da CUT (CNTTL), realizada na sede da CUT, em Brasília, na quarta (8).
Durante a reunião, o presidente da CNTTL, Paulo João Estausia, o Paulinho, criticou o ataque à profissão e disse que é desumano e humilhante o motorista dirigir e cobrar ao mesmo tempo e alertou que é dever de todos os sindicatos rodoviários/condutores proteger e garantir que os postos de trabalho sejam mantidos.
O sindicalista citou a proposta “absurda” de João Dória, prefeito de São Paulo (PSDB), que anunciou acabar com o posto de cobrador nos coletivos. “A questão aí matemática. Dória disse que vai passar o cobrador a motorista, o que ele vai fazer com os atuais? Ele teria que dobrar a frota de ônibus na capital de São Paulo. Essa proposta dele é enganação”, indaga.
Paulinho reforçou que a retirada do posto do cobrador só vai contribuir com o caos no transporte público. “Defendemos que não seja retirado o cobrador e, no caso da implantação de bilhetagem eletrônica, que seja mantido o segundo trabalhador dentro do coletivo. O motorista tem que estar livre para fazer seu trabalho: dirigir o coletivo. Hoje não é fácil em razão do trânsito caótico e das penalidades agressivas das infrações de trânsito", conta.
Ele também citou que é importante que os sindicatos deem publicidade à defesa da profissão e falou que Sorocaba, interior paulista, foi pioneira. “A cidade foi cobaia em 1992, quando tiraram o cobrador e virou um caos no transporte, com aumento da evasão de renda, que chegou a 33%, assaltos dentro do ônibus, tráfico de drogas, assédio sexual, entre outros. Após muita luta, conquistamos a contratação do agente de bordo, uma vitória para os trabalhadores e para população”, relata.
Ano de resistência, organização e luta
Paulinho disse que a CNTTL está preparada para fazer qualquer enfrentamento de mobilização pacífica e ordeira, seja no setor de passageiros, cargas e caminhoneiros. “2017 será mais um ano difícil para a classe trabalhadora. Nosso lema é resistir e lutar. Temos que estar organizados para barrar qualquer retrocesso nos nossos direitos. Não vamos abrir mão em hipótese alguma de nossas conquistas e de nenhum direito a menos”, frisa.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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