ONU lança projeto "Escola sem Machismo" nas escolas brasileiras

A iniciativa já conta com a adesão de quatro estados Distrito Federal, Bahia, Espírito Santo e Paraíba

Por: Vermelho
Publicação: 06/02/2017
Imagem de ONU lança projeto

divulgação

“O Valente não é Violento” é um projeto de iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), coordenada pela ONU Mulheres com objetivo estimular a mudança de atitudes e comportamentos machistas, enfatizando a responsabilidade que os homens devem assumir na eliminação da violência contra as mulheres e meninas. No Brasil, quatro estados começam a implantar a iniciativa da ONU "Escola sem Machismo", são eles: Distrito Federal, Bahia, Espírito Santo e Paraíba.

“Divida, inicialmente, o quadro em três colunas e, em plenária, pergunte às/aos participantes o que vem imediatamente à cabeça quando escutam a palavra sexo. Escreva a palavra sexo na primeira coluna do quadro e, conforme forem falando, anote as respostas fazendo uma lista. Na sequência, solicite que façam o mesmo com as palavras: sexualidade e gênero. Uma de cada vez. Ao final, leia todas as definições que surgiram para cada uma das palavras propostas e peça que façam comentários sobre as respostas que surgiram”. Assim começa a Aula 1 do Plano de Aula da iniciativa O Valente não é Violento.

O projeto surgiu a partir da observação de um contexto escolar que, muitas vezes, reprimia os educadores que incitavam discussões sobre sexualidade e gênero. Financiado pela União Europeia e conduzido através de uma parceria com a iniciativa “Escola sem Machismo” da ONU Mulheres, o plano de aulas é uma das medidas da organização para minimizar a violência contra mulheres através da educação. A proposta, é desenvolver o tema em sala de aula de maneira transversal, ou seja, atravessando e desconstruindo um imaginário já estabelecido.

A versão inicial do currículo foi distribuída gratuitamente, através de plataformas sociais. De maneira espontânea, mais de 30 professores da rede pública de todo país retornaram com feedbacks positivos e incentivando o projeto a se expandir. Em pouco tempo, a iniciativa já contava com a adesão de quatro estados brasileiros: Distrito Federal, Bahia, Espírito Santo e Paraíba.

Desses, o Espírito Santo está em fase mais avançada. O Estado já teria apresentado a proposta à Secretaria de Direitos Humos e ganhado aprovação para capacitar profissionais que irão conduzir as aulas na rede pública. Com apoio técnico da ONU Mulheres, 50 escolas iniciarão o ano letivo de 2017 com o plano dentro do currículo básico. A ideia é ampliar para todo o Estado até o início do próximo ano.

O currículo foi elaborado em pouco mais de um ano, levando em conta estudos e pesquisas realizadas pela ONU para compreender a violência contra as mulheres como um todo – na visão do agressor e da vítima.

Além disso, levantamentos foram realizados considerando a legislação brasileira e outras medidas de sucesso que já estavam sendo aplicadas em escolas pelo Brasil. Com base nisso, o psicólogo Marcos Nascimento – pesquisador na área de Saúde Pública, foi convidado a elaborar seis aulas que contemplam desde estereótipos sobre gênero, raça/etnia e a mídia, até a definição de vulnerabilidade e poder.

 

 



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