Arte Frente Brasil Popular
Se há uma mulher brasileira contemporânea que simboliza a
resistência, a garra e a luta, sem dúvida é dona Marisa Letícia. E
ela sempre estará presente na memória do movimento sindical e da
história de nosso país.
Foi isso o que as mulheres e homens cutistas disseram a ela, em uma
homenagem realizada em agosto do ano passado, na cidade de Santo
André, num momento dos 10 anos da criação da Lei Maria da
Penha.
Numa conjuntura de golpe e de fascismo, em que desejar a morte
parecia comum a alguns, num período em que toda uma família sofria
ataques brutais, e ainda sofre, por todos os canais de uma gente
que não quer a democracia, dona Marisa jamais esmoreceu.
Por esse legado, mais do que o luta, esta quinta-feira (2)
representa um dia de lembrar a figura de uma guerreira, diz a
secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Ana Lúcia
Firmino. “Ela iniciou sua trajetória muito jovem, o que demonstra a
tamanha resistência. E se manteve como impulsionadora da luta, um
exemplo para o movimento sindical, para as trabalhadoras e para o
movimento de mulheres.”.
Secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista,
também destacou seu legado. “Que mulher é essa? Que buscou forças
não se sabe de onde desde os tempos da ditadura militar e esteve
lado a lado de um dos maiores líderes políticos da história do
Brasil na defesa de um país de justiça e solidariedade. Ela não
morreu, vive em cada um de nós, brasileiros e brasileiras que,
mesmo vivendo tamanha sordidez do golpe, podem sonhar com um futuro
melhor.”.
Histórica militante de esquerda nos anos de 1970, Eleonora
Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres
no governo eleito de Dilma Rousseff, explica o que Marisa
representa.
“Marisa Letícia foi uma grande mulher, destemida, corajosa,
solidária e guerreira. Desde as greves de São Bernardo do Campo,
ela sempre ajudava, nunca aparecendo em primeiro plano. Mas, sem o
trabalho dela, a greve não teria existido e os companheiros não
teriam resistido. Ela foi, é e sempre será um exemplo de dignidade,
retidão e companheirismo para todas as mulheres brasileiras”,
afirma Menicucci, que resistiu à ditadura brasileira e tem vasta
bagagem na luta pela democracia, pelos direitos humanos e os
direitos das mulheres no Brasil.
“Ela soube na grandeza de seu silêncio exercer o papel de
companheira e mulher do primeiro presidente operário desse país.
Agora, Marisa é uma estrela que nos guiará”, ressalta.
Para a professora Universitária e militante do Movimento Feminista,
Silmara Conchão, hoje é dia de demonstrar o reconhecimento ao que
D. Marisa representou. “Brilha lá no céu mais uma estrela. Que
possamos cultivar o que a Marisa nos deixou de exemplo. Foi uma
guerreira, corajosa, ao lado de Lula, foi a grande parceira de um
líder. Falemos, então, sobre amor, companheirismo e parceria.”.
Secretária de Comunicação da CUT São Paulo, Adriana Magalhães,
acredita que a solidariedade e a empatia devam ser mais fortes do
que o ódio e o fascismo nesse momento de luto. “Dona Marisa foi
coração valente, companheira, amiga, mãe, avó e também ao lado de
Lula uma lutadora por esse país , pelos injustiçados e humildes”,
lembra.
No dia em que Dona Marisa recebeu a homenagem da CUT, há
pouquíssimos meses, ela preferiu não falar. Chegou serena, vigorosa
ao lado de Lula. E, com os olhos marejados, recebeu todo o carinho
merecido, com placas de homenagem, flores e aplausos, ao som de
“Maria, Maria”.
Mas, agora, para além das concepções políticas, é tempo de falar de
humanidade, de exemplo. Porque, no fundo, ninguém quer viver o
clima que se instalou no país, de golpe, de ódio, de retrocesso.
Queremos, sim, democracia. Mas é hora de falar sobre o amor
revolucionário e a fé de uma mulher incansável na luta nesses
últimos 40 anos. Que construiu um lar e esteve ao lado de seu
companheiro, de seus filhos. Que ajudou a construir greves dos
metalúrgicos no ABC, enfrentamentos, que viajou ao lado de Lula por
todo o país, o mundo, e o apoiou na construção de um Brasil mais
justo e igual.
Ela fez história como poucas. E sempre será lembrada como símbolo
de resistência e de amor!
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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