Foto: divulgação
“O aumento no número de desempregados no País demonstra que os apoiadores do golpe parlamentar que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff mentiram para a população brasileira, ao relembrar que uma das justificativas para o impeachment era “melhorar a situação do Brasil” disse o deputado federal Vicentinho (PT/SP) na terça-feira (24).
Segundo o parlamentar, desde então, a situação do país apenas piorou. Como prova, ele citou o estudo realizado pelo banco Credit Suisse, divulgado na segunda-feira (23) pelo jornal O Estado de S. Paulo, que apontou uma deterioração no mercado de trabalho no Brasil mais profunda do que indicam as pesquisas tradicionais.
De acordo com esse estudo, o Brasil está hoje entre os recordistas globais do chamado desemprego ampliado. O levantamento indica que o Brasil tem a sexta maior taxa de desemprego ampliado entre 31 países desenvolvidos e emergentes que foram avaliados.
Em síntese, a taxa de desemprego tradicional considera apenas quem procura trabalho e não encontra. Já a taxa de desemprego ampliada usa uma métrica mais complexa: inclui quem faz bico por falta de opção e trabalha menos do que poderia ou desistiu de procurar trabalho, sofre do chamado desalento.
De acordo com os dados mais recentes do terceiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego ampliada do Brasil bateu em 21,2% – quase o dobro do desemprego oficial, que nesse período alcançou 11,8%. Por esse critério, perto de 23 milhões de brasileiros estariam desempregados ou subutilizados.
“Esse é o resultado do golpe que implementaram na nossa democracia. Mas o pior é que os golpistas ainda querem precarizar o restante dos empregos que ainda existem, ao tentar aprovar medidas como a terceirização indiscriminada e a flexibilização da legislação trabalhista, apenas com o intuito de retirar direitos dos trabalhadores para aumentar o lucro dos empregadores”, lamentou Vicentinho.
Comparação mundial
A taxa de desemprego ampliado do Brasil está bem acima da média dos países analisados, que é de 16,1%. Também fica acima da taxa de países com renda comparável à do Brasil, como México (18,3%) e Turquia (15,9%). O Brasil está atrás apenas de países profundamente afetados pela crise internacional: Grécia (o recordista, com 31,2% de desemprego ampliado), Espanha (29,75%), Itália (24,6%), Croácia (24,6%) e Chipre (23,8%).
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