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O Brasil precisa da democracia para lutar contra a desigualdade que inviabiliza os direitos do povo, afirmou a presidenta eleita Dilma Rousseff, durante a conferência inaugural do Seminário “Capitalismo Neoliberal, Democracia Sobrante”, na quarta-feira (25), na Espanha.
“Esse projeto neoliberal que assaltou o País quer interromper o estado de bem-estar social que provamos ser possível no Brasil”, apontou.
Segundo Dilma, a atual crise pela qual passa o Brasil acentua a desigualdade já existente na sociedade.
“Cada segmento quer uma parte do orçamento. Esse conflito distributivo existe em qualquer sociedade. Nas sociedades democráticas, isso se dá de forma aberta. Mas esse conflito distributivo tem que ser arbitrado por quem governa”, declarou.
Porém, na sua avaliação, o golpe por meio de um impeachment sem crime de responsabilidade foi dado para que se arbitrasse esse conflito distributivo contra a população, contra os trabalhadores e contra os mais pobres.
E citou como exemplo a Proposta de Emenda à Constituição PEC 55, que congela por duas décadas os recursos em áreas como saúde e educação.
“A primeira grande medida desse projeto é algo que em nenhum momento passou pela cabeça de ninguém que defende a austeridade, que é um teto de gastos por 20 anos”, repudiou.
Para Dilma, o golpe no Brasil buscou dirigir a luta política “utilizando o Jurídico como arma política”.
“Com isso, se cria uma instabilidade na estrutura democrática do País muito grave, o que torna este momento extremamente instável do ponto de vista das instituições que garantem o estado democrático”, criticou.
Segundo a presidenta, a partir do golpe e com um presidente
ilegítimo no poder, o Brasil caminha para um futuro de
desesperança. E apenas com eleições diretas e democracia
“o Brasil poderá seguir no caminho de crescimento, de geração de
emprego, oportunidades e distribuição de renda”.
O seminário internacional, realizado na sede da Fundação Três Culturas do Mediterrâneo em Sevilha, segue até está quinta-feira (26) com o objetivo de debater a crise do capitalismo e os caminhos para a democracia após sua interrupção.
O evento é organizado pelo curso de Mestrado em Direitos Humanos, Interculturalidade e Desenvolvimento da Universidade Pablo de Olavide (UPO), em parceria com a Universidade Internacional de Andaluzia (UNIA), o Instituto Joaquín Herrera Flores (IJHF) e o Centro de Estudos Sociais de Coimbra (CES).
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