Arte: CUT/DF
Nesta terça (29), trabalhadores, estudantes, integrantes de
movimentos sociais e a população em geral de todo o País realizarão
o #OcupaBrasília. A mobilização é contra a Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) 55, que congela os gastos na Saúde, Educação e
outros investimentos sociais durante 20 anos. O ato terá
concentração às 16h, no Museu da República. Às 17h, os
manifestantes descerão em marcha até o Congresso Nacional.
A ação, convocada pela CUT e outras 17 organizações, será
concomitante à votação da PEC no Senado, em primeiro turno.
“Sabemos que Temer tem a maioria na Câmara e no Senado. Mas não
podemos apenas aceitar isso. Nosso papel é ir às ruas e repudiar
mais esse golpe em cima da sociedade. Por isso, a CUT trará
trabalhadores de todo o Brasil para avermelhar as ruas de Brasília
em defesa de um País mais justo e igualitário. Não ao retrocesso!”,
afirma o secretário geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.
Caravanas de estudantes também já começaram a sair dos estados rumo
a capital federal. “Dia 29 de novembro é dia de ocupar as ruas de
Brasília e lutar contra a PEC 55, contra a MP 746 (reforma do
Ensino Médio) e o projeto de lei da Mordaça (Escola Sem Partido).
Seremos milhares por nenhum direito a menos!”, afirma a União
Nacional dos Estudantes (UNE) nas redes sociais. “Estamos
preparando uma das maiores manifestações da história do movimento
estudantil”, afirma a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(Ubes), também nas redes sociais. Contra o retrocesso imposto por
Temer, os estudantes realizam ocupações em mais de 1.500
instituições de educação.
Tramitação em tempo recorde
Nunca na história do Congresso Nacional uma PEC tramitou tão rápido
como a de número 55, proposta pelo presidente ilegítimo Michel
Temer. Embora o processo ainda não tenha findado, tudo indica que
até o dia 13 de dezembro seja finalizada a votação da PEC. Isso
significa que a Proposta de Emenda à Constituição que faz uma
verdadeira revisão constitucional levará apenas seis meses para
virar lei.
De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap), atualmente, há 1.066 PECs tramitando
na Câmara e 2.439 no Senado. Desde 1988, apenas 93 emendas foram
incorporadas à Constituição, sendo que apenas uma fez revisão
constitucional. Dessas 93 emendas, a média de tempo de tramitação
foi de um a dois anos. Entretanto, há propostas que estão na
Câmara, por exemplo, desde 1999.
Para o assessor do Diap, Neuriberg Dias, a PEC atende
exclusivamente aos interesses do mercado. “Ela não apresenta
reoneração de empresas, novos impostos para empresas ou revisão de
carga tributária, por exemplo”, exemplifica.
Assim que chegou ao Senado, a PEC 55 recebeu 65 emendas que visavam
amenizar os impactos da proposta. Mas nenhuma delas foi
aprovada.
Uma das emendas que foram rejeitadas na Comissão de Constituição e
Justiça do Senado e será reapresentada no plenário da Casa nesta
terça, é a que condiciona a validade da PEC 55 à aprovação de um
referendo. Para que o tema voltasse à análise dos senadores, um
grupo de parlamentares da oposição se desdobrou para garantir 28
assinaturas (uma a mais que o número necessário) favoráveis à
emenda do referendo.
“A PEC 55 promove uma espécie de suspensão temporária das garantias
individuais e dos direitos sociais da população para aumentar o
fluxo de recursos destinados ao pagamento de instituições
financeiras e investidores dos títulos da dívida pública federal.
Contudo, o elemento mais radical e draconiano da PEC é impedir ou
dificultar que a maioria simples do povo, ou de se seus
representantes, possa modificar ou revogar essas regras no futuro”,
observa o texto da emenda que pode garantir o referendo.
Para que seja aprovada no Senado, a PEC
55 precisa do aval de 49 dos 81 senadores. Entretanto, a
previsão é de que a proposta receba ao menos 60 votos favoráveis. A
Casa ainda analisará a proposta em segundo turno. “Passando agora,
o segundo turno tende a confirmar o que foi aprovado no primeiro”,
afirma o assessor do Diap.
Caso aprovada sem alterações no Senado, a PEC 55 seguirá direto
para promulgação do Congresso Nacional.
Governadores contra PEC 55
Governadores do Nordeste pretendem entregar nesta terça (29) ao
presidente ilegítimo Michel Temer carta aberta contra a PEC 55
“local”. No documento, divulgado nesse sábado (26), eles afirmam
que não concordam com a proposta de ajuste fiscal feita pelo
governo Temer como condição para que os estados da região tenham
acesso a parte dos recursos das multas do programa de regularização
de ativos não declarados à Receita, conhecido como Lei da
Repatriação. A informação é da Rede Brasil Atual.
Na terça-feira (22), Michel Temer recebeu os governadores de todas
as unidades da federação e anunciou que o governo federal “se
anteciparia” à decisão do STF e liberaria os recursos. Em
contrapartida, os estados precisariam fazer ajustes fiscais
semelhantes aos propostos nacionalmente pela União, como a Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) 55.
Mobilização também em São Paulo - Movimentos
sociais e sindical que compõem a Frente Brasil Popular São Paulo
organizam novo protesto para esta terça-feira (29) na capital
paulista. As entidades já agendaram ato às 17h, no vão livre do
Masp, na Avenida Paulista. Outros protestos também ocorrerão por
todo Brasil contra medidas do governo golpista de Michel Temer
(PMDB).
O secretário de Mobilização da Central Única dos Trabalhadores de
São Paulo (CUT/SP), João Batista Gomes, ressalta a importância das
mobilizações como a que ocorreu no domingo (29) que reuniu cerca de
40 mil pessoas nas ruas da capital. “Vamos continuar pressionando
contra a retirada de direitos e ampliar nossas ações. Além congelar
gastos por 20 anos, este governo ilegítimo agora atropela decisões
até mesmo de órgãos como o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional). É mais do que evidente que os golpistas
querem beneficiar seus aliados”, avalia.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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