Crise internacional de 2008 aumenta desigualdade social no planeta

Metade de toda riqueza do mundo está nas mãos de 1% da população e os ricos sairão da crise mais ricos, a estatística é do Credit Suisse

Por: Redação CNTTL com El Pais
Publicação: 01/11/2016
Imagem de Crise internacional de 2008 aumenta desigualdade social no planeta

Pirâmide da Riqueza Global - Fonte: Credit Suisse

Reportagem do site El País afirma que 2015 será lembrado como o primeiro ano da série histórica no qual a riqueza de 1% da população mundial alcançou a metade do valor total de ativos. Isso significa que 1% da população mundial, aqueles que têm um patrimônio avaliado em 2,96 milhões de reais (760.000 dólares), possuem tanto dinheiro líquido e investido quanto o 99% restante da população mundial.

O autor, Ignacio Fariza, destaca que essa enorme disparidade entre os privilegiados (1%) e o resto da humanidade (99%) continua aumentando desde o início da crise financeira internacional de 2008. Os dados para sua análise são da nova edição do estudo anual de riqueza publicado em 17/10  pelo banco suíço Credit Suisse. “Os ricos sairão da crise sendo mais ricos, tanto em termos absolutos como relativos, e os pobres, relativamente mais pobres”.

Sobre o Brasil, o relatório do Credit Suisse informa que a renda média doméstica triplicou entre 2000 e 2014, aumentando de 8.000 dólares por adulto para 23.400, segundo o relatório. “A desigualdade, no entanto, ainda persiste no país, que possui um padrão educativo desproporcional, e ainda a presença de um setor formal e outro informal da economia, aponta o relatório”, pontua Fariza.

A imagem da atual pirâmide social é impactante, destaca o autor, deixando latente a crescente desigualdade entre privilegiados e o resto do mundo. “Um de cada 100 habitantes do mundo tem tanto quanto os 99 restantes; 0,7% da população mundial monopoliza 45,2% da riqueza total e os 10% mais ricos têm 88% dos ativos totais, segundo o estudo feito com dados do patrimônio de 4,8 bilhões de adultos de mais de 200 países.

Causa e consequência

O estudo do Credit Suisse aponta a melhora dos mercados financeiros como agente causador desse aumento da disparidade: a riqueza dos mais ricos é mais sensível às subidas de preço de ações de empresas e outros ativos financeiros que a do restante da população. “No último ano, os índices de referência dos mercados das principais bolsas europeias e norte-americanas, o Eurotoxx 50 e o S&P 500, subiram mais de 10%”.

Por país, quase a metade dos muitos ricos vive nos EUA (59.000 pessoas), 10.000 deles vivem na China e 5.400 vivem no Reino Unido.

“Nossa indústria está em pleno crescimento, a riqueza seguirá com sua trajetória de subida”, comemora Michael O´Sullivan, responsável pela Gestão de Patrimônios do Credit Suisse para a Europa, o Oriente Médio e a África. Suas previsõeso: o número de pessoas com um patrimônio superior a um milhão de dólares (3,9 milhões de reais) crescerá 46% nos próximos cinco anos, até chegar aos 49 milhões de indivíduos.

Diferenças regionais

Por região, 46% da classe média mundial vive na Ásia-Pacífico; 29% moram na Europa, e 16% na América. A América do Norte – com os Estados Unidos e o Canadá na liderança – aparece como o maior expoente da classe média, com 39% dos adultos dentro dessa faixa, seguida pela Europa, onde um em cada três maiores de idade são classe média. “A proporção desaba na América Latina (11%) e na Ásia-Pacífico, a região mais povoada do globo e na qual somente um em cada 10 habitantes está dentro da categoria estabelecida pelo Credit Suisse”.

Segundo os números da entidade financeira, 664 milhões de pessoas em todo o mundo podem ser consideradas de classe média, somente 14% da população adulta global. Dessa cifra, 96 milhões de pessoas (2% do total), têm uma riqueza avaliada em mais de meio milhão de dólares (1,95 milhão de reais).

Fonte: El País

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