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A presidente eleita democraticamente, Dilma Rousseff, rebateu, em nota divulgada na quinta (6), em seu site, a peça publicitária do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer, que prega o ódio à esquerda chamada “tirar o país do vermelho.
"O presidente usurpador busca justificar as medidas que
seu governo ilegítimo e sem votos quer tomar, sacrificando o povo e
os trabalhadores", diz a ex-presidenta, que prevê "corte de
investimentos nas áreas de saúde, educação e defesa nacional,
embutido na chamada PEC 241, a PEC do Teto dos Gastos Públicos". "É
maquiagem grosseira para enganar a sociedade e o povo brasileiro",
afirma.
Leia a íntegra do texto:
O governo Temer lançou campanha publicitária na mídia.
Intitulada "Vamos tirar o Brasil do vermelho", a peça publicitária
traz malabarismos e ficção. O presidente usurpador busca justificar
as medidas que seu governo ilegítimo e sem votos quer tomar,
sacrificando o povo e os trabalhadores.
A campanha publicitária enganosa é mais uma peça do golpe, que
culminará com o corte de investimentos nas áreas de saúde, educação
e defesa nacional, embutido na chamada PEC 241, a PEC do Teto dos
Gastos Públicos. É maquiagem grosseira para enganar a sociedade e o
povo brasileiros.
Temer tenta desmontar a realidade e demonizar o PT e a oposição,
mentindo sobre o governo Dilma Rousseff. Baseada em 14 pontos que
alardeiam a situação das contas públicas, a ofensiva midiática do
governo golpista proclama mentiras.
1. Sobre os R$ 54,3 bilhões de despesas do PAC que teriam sido
realizadas e não pagas.
É mentira. A verdade é que os restos a pagar do PAC somavam R$ 49
bilhões, dos quais apenas R$ 5,6 bilhões foram processados. O
restante eram de obras contratadas, mas não prontas. O PAC, em
todos os anos, manteve a característica plurianual do Orçamento.
Contrata-se num ano e paga-se nos anos seguintes. Isto porque as
obras dificilmente são entregues e medidas no mesmo ano de sua
contratação.
2. R$ 2,6 bilhões atrasados no pagamento de tarifas bancarias.
Tais tarifas seriam pagas pelo governo Dilma. Inclusive foi
encaminhado projeto de lei de crédito em maio de 2016 para realizar
os pagamentos. Tais valores estavam na conta do pedido de redução
de meta. Só não foi pago antes, porque o Congresso não votou a
alteração da meta até o afastamento da presidenta Dilma Rousseff.
Os R$170 bilhões aprovados como déficit fiscal, se não fossem
gastos com benesses pelo governo ilegítimo, dariam e sobrariam para
pagar esse valor.
3. R$ 6 bilhões atrasados em contribuições e aportes a organismos
internacionais.
Parte significativa desse valor refere-se a pagamentos de 2016,
portanto não estavam atrasados porque o ano ainda não acabou. O
valor estava na conta do pedido de redução de meta e só não foi
pago antes, porque o Congresso não votou a alteração da meta até o
afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Os R$170 bilhões
aprovados como déficit fiscal, se não fossem gastos com benesses
pelo governo ilegítimo, dariam e sobrariam para pagar esse
valor.
4. O Ministério da Saúde devia R$ 3,5 bilhões a estados e
municípios.
Os repasses com a Saúde são fundo a fundo, definidas por lei, e há
prazos estipulados para seu pagamento. Na proposta de alteração da
meta, havia espaço para o repasses de todos os valores devidos aos
estados e municípios. Os R$170 bilhões aprovados como déficit
fiscal, se não fossem gastos com benesses pelo governo ilegítimo,
dariam e sobrariam para pagar esse valor.
5. O Seguro-Defeso, que paga um salário mínimo ao pescador
artesanal em períodos de proibição de pesca, está com o cadastro
inchado. Não era fiscalizado. Havia 1,3 milhão de pescadores
registrados. Uma primeira revisão cadastral excluiu 258 mil
benefícios indevidos, com economia anual de quase R$ 1 bilhão.
A revisão cadastral do seguro-defeso começou no governo Dilma
Rousseff e foi uma das primeiras medidas anunciadas ainda em
2015.
6. Revisões cadastrais em programas sociais que devem gerar
economia de R$ 4 bilhões.
Os programas sociais têm revisões periódicas. No caso do Bolsa
Família, por exemplo, mais de 2 milhões de famílias foram
desligadas em 2014, em pleno ano eleitoral. Em 11 anos, mais de 3
milhões de famílias deixaram o Bolsa Família espontaneamente, por
causa do aumento de sua renda. O programa Bolsa Família abriu
oportunidades para quem não tinha nada. O Golpe quer impor o nada
para os brasileiros pobres. O governo golpista espera que todos os
ajustes sejam feitos justamente sobre os mais pobres. O programa
para infância anunciado pelo governo Temer atenderá a apenas 200
mil crianças. Ora, o Bolsa Família atendia nada menos que 14
milhões de famílias.
7. Inchaço da máquina publica. O governo tinha 24 mil cargos de
confiança. Foram extintos 4,2 mil cargos e 10 mil só poderão ser
ocupados por servidores concursados.
É mentira. O governo golpista converteu cargos em funções
gratificadas. O fato é que desde o governo Lula, cerca de dois
terços dos cargos comissionados são ocupados na administração
pública por servidores de carreira. Os cargos efetivamente de livre
provimento representavam apenas cerca de 1% dos cargos disponíveis
no serviço público federal.
O crescimento da máquina, para garantir melhores serviços públicos,
respeitados os limites fiscais, se deu por concurso público e mais
de 50% foi para área de educação para expansão de universidades e
institutos federais de ensino.
Na realidade, o gasto com pessoal no governo federal caiu de 4,8%
do PIB em 2002, para 4,24%, em 2014. No governo FHC, a expansão da
máquina se deu por contratos com organismos internacionais, que
foram condenados pelo TCU.
8. O gasto do Ministério da Educação subiu 285% acima da inflação
entre 2004 e 2014, mas as notas dos estudantes no exame do Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) praticamente não
cresceram. Muita despesa e pouco resultado.
O governo golpista não gosta de gastar com educação. Daí porque
resolveu acabar com o piso para a educação na chamada PEC 241, a
PEC do Teto dos Gastos Públicos.
A suposta ligação entre IDEB e gastos federais é falaciosa. O
governo golpista não lembra que a competência federal é sobre as
universidades e escolas técnicas, que tiveram a maior expansão da
história entre 2004 e 2014.
Programas exitosos e fundamentais, como Prouni, Reuni, Pronatec,
Ciência sem Fronteiras, Mais Educação, Brasil Carinhoso (creches) e
tantos outros, não existiriam se não tivesse mais investimento em
educação, realizados pelo governo Lula e Dilma.
Também não teria ocorrido a duplicação do número de vagas nas
faculdades federais e a abertura do nosso ensino superior aos
pobres e afrodescendentes, que teve enorme impacto social.
Quanto à qualidade, a propaganda enganosa do Golpe ignora a
evolução que o Brasil apresentou em algumas áreas e graus de ensino
(no PISA 2012, destaca-se que o Brasil foi o país que teve o maior
avanço absoluto da proficiência em Matemática) e o fato óbvio de
que a qualidade na Educação demanda longo tempo de maturação. Para
os governos Lula e Dilma, a ignorância é mais cara que a Educação.
Os golpistas pensam exatamente o contrário. Querem cortar os
investimentos em Educação.
9. Os maiores fundos de pensão de empresas estatais acumularam
perdas de R$ 113,5 bilhões nos últimos cinco anos. O Golpe faz de
conta que a culpa é do governo.
Isso é MENTIRA. Não é competência direta do governo federal. São
fundos de empresas independentes.
10. Prejuízos bilionários na Petrobras: R$ 21,5 bilhões em 2014 e
R$ 34,9 bilhões em 2015.
O governo golpista esquece que a queda dos preços internacionais do
petróleo elevou a crise a todas as grandes companhias de
hidrocarbonetos. Foi durante a gestão de Lula que a Petrobras
descobriu o pré-sal, a maior jazida descoberta nos últimas 30 anos.
Se dependesse dos golpistas, isso não teria ocorrido, pois
prospecção implica gastos, ainda mais em águas ultra-profundas. O
Golpe quer realizar o sonho dos tucanos: privatizar a Petrobras.
Com a desculpa dos prejuízos recentes, venderão o pré-sal a preço
de banana e privatizarão a empresa. Venderão nosso futuro,
comprometendo os investimentos sociais em benefício do povo
brasileiro. Este é o verdadeiro prejuízo: vender o futuro do
Brasil.
11. Prejuízos bilionários na Eletrobras: R$ 6,2 bilhões em 2013, R$
3 bilhões em 2014 e R$ 14,4 bilhões em 2015.
Os efeitos da seca ocorrida no semi-árido brasileiro – a maior dos
últimos 50 anos – explicam parte do prejuízo. É preciso levar em
consideração os efeitos do stress no sistema, o que aumentou em
muito o custo de produção da energia. A tese dos prejuízos,
contudo, é apenas uma justificativa para privatizar a Eletrobras.
Foi assim, no passado, quando privatizaram algumas empresas do
setor elétrico: produziam o factóide que as estatais eram
inviáveis, pois estavam quebradas. Em seguida, venderam as empresas
na bacia das almas.
12. Obras públicas inacabadas e com orçamento estourado.
Transposição do Rio São Francisco – obra se arrasta ao longo de
anos e teve aumento do custo.
É mentira. A obra está com 90,5% de sua execução concluída. Havia
recursos para terminar ainda este ano, mas o governo golpista
reduziu à metade os trabalhadores nas obras. Trechos da obra estão
finalizados. Eis aqui o que publicou a Globo sobre a obra de
transposição em março de 2016.
Refinaria Abreu e Lima – aumento de custo e prejuízo para a
Petrobras.
Eis o que apontou a própria Petrobrás, em nota de 16 de setembro,
afirmando os ganhos da empresa com a Refinaria Abreu e Lima. A nota
ainda diz que o conselho aprovou continuidade da expansão em
julho.
Pavimentação de 1.024Km na BR 163 (entre Mato Grosso e Bahia) –
apenas 53 quilômetros pavimentados em 2012.
É mentira. O governo golpista usa dados de 2012, mas esquece que em
2016 faltavam apenas 200 quilômetros a serem pavimentados. Nos
governos Lula e Dilma, foram pavimentados ou duplicados por meio de
obras públicas, mais de 7.200 quilômetros de rodovias em todo o
país.
Ferrovia Transnordestina (PE/CE/PI) – deveria estar pronta em 2010,
porém, teve apenas 55% de execução até 2015.
Obras ferroviárias são de grande envergadura. Ainda assim, nos
governos Lula e Dilma, foram concluídos mais de 1.900 km de
rodovias, após décadas sem quaisquer investimentos.
13. Entre 2003 e 2013, o BNDES emprestou a juros subsidiados, US$
8,3 bilhões para obras em Cuba, Angola, Argentina e Venezuela.
É mentira. As obras foram definidas por empresas que consideraram
uma boa oportunidade para exportar os serviços de empresas
brasileiras, como é feito por países como os EUA e os europeus. O
financiamento do BNDES esteve sempre condicionado à aquisição de
produção nacional. O financiamento sempre foi para empresas
brasileiras, não para governos estrangeiros. Saliente-se que essas
exportações de serviços tinham uma dimensão estratégica relevante,
pois abriam mercados para produtos brasileiros e aumentavam nosso
protagonismo internacional.
O BNDES financia a exportação de bens e serviços brasileiros desde
1998. De lá para cá, apoiou a exportação de produtos nacionais para
45 países. O principal destino dessas exportações são os EUA, não
os países citados na propaganda mentirosa. Foram US$ 14,3 bilhões
financiados em exportações para aquele país, ou 42% de um total de
US$ 33,7 bilhões nesses 18 anos.
Tudo indica que no governo golpista o BNDES vai voltar ao seu papel
da década de 1990 de conceder crédito à privatização de setores da
economia brasileira. No segmento de crédito de longo prazo, o
"motor" da expansão das operações do BNDES nos anos 1990 foi o
Programa Nacional de Desestatização. Nos governos Lula e Dilma, o
BNDES voltou ao seu papel de banco público, fomentador de
investimentos.
14. O Tesouro Nacional se endividou em R$ 323 bilhões para
emprestar dinheiro para o BNDES, para que reste banco fizesse
empréstimos subsidiados a grandes empresas.
Desde a crise de 2009, os governos Lula e Dilma fizeram aportes no
BNDES para garantir a sua capacidade de investimentos. O governo
golpista quer que o BNDES devolva R$ 100 bilhões desses empréstimos
antecipadamente. O único objetivo é descapitalizar o BNDES.
A solução encontrada para enfrentar a crise há sete anos foi a
forma de evitar o colapso do sistema de crédito no Brasil, após a
forte contração dos empréstimos pelos bancos privados. O sistema
brasileiro de bancos públicos depende de fundos, como o FAT e o
FGTS, cujos volumes são pequenos frente às necessidades do
país.
Diante da retração do setor privado, houve uma solução importante
para garantir funding à principal instituição de financiamento de
longo prazo do país.
O impacto sobre a dívida bruta de tais empréstimos não foi elevado.
Além disso, essa solução foi muito melhor do que a adotada por
diversos países que se endividaram apenas para salvar seus bancos
privados.
Portanto, o "Quantative Easing" brasileiro foi adotado para ampliar
os investimentos públicos e privados, estimular a economia real,
enquanto nos demais países ou a medida foi para salvar os bancos –
logo após a crise –, ou para injetar liquidez na economia, sem
qualquer contrapartida, no período posterior.
* * *
O governo golpista faz propaganda enganosa. Vende austeridade
fiscal, mas já usou boa parte dos recursos autorizados pelo
Congresso para fazer generosos ajustes salariais ao topo do
funcionalismo público, inclusive do Judiciário.
Isso não é governar com responsabilidade. É promover o caos nas
contas públicas para impor uma agenda de retrocesso nas políticas
sociais.
O GOVERNO TEMER NÃO ENGANA.
VAMOS LIVRAR O BRASIL DO GOLPISMO.
SÓ É POSSÍVEL AO BRASIL VOLTAR A CRESCER COM OPORTUNIDADES IGUAIS
PARA TODOS
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
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