divulgação
Para retribuir os apoiadores do golpe, o governo ilegítimo de
Michel Temer (PMDB) anunciou no último dia 22 de setembro mais um
item do saco de maldades: a reforma do ensino médio, que não foi
discutida com a sociedade e após repercussão negativa foi
suspensa.
Para os educadores, o fato é que a medida não passa de pirotecnia,
conforme destacou o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, em reunião que a Direção
Executiva da CUT promoveu na segunda-feira (26) em São Paulo.
O projeto de Temer apresentado via Medida Provisória, apontava que
Artes, Educação Física seriam obrigatórias somente do ensino
infantil ao fundamental. Da mesma forma, Sociologia e Filosofia. Na
grade atual há 13 disciplinas obrigatórias no ensino médio.
Sucateio do ensino
Em entrevista ao Portal da CUT, Leão apontou que, numa tacada só, a
reforma sucateia o ensino técnico e ainda impede que o aluno tenha
uma formação crítica e qualificada em disciplinas que incentivam a
reflexão. “ A proposta tem vício de origem, que é o
autoritarismo. É feita por medida provisória, sem nenhum debate com
a sociedade e é resultado da cabeça de alguns iluminados do MEC
(Ministério da Educação). Tem como objetivo original ser
reducionista e empobrecer o currículo das escolas públicas, onde
estudam os filhos da classe trabalhadora”, explica.
Leão aponta também que há a suposta abertura de oportunidade para a profissionalização em cursos rasos atenderá apenas uma demanda imediata do mercado de trabalho. “Além disso, proposta desqualifica a profissão de professor porque abre espaço para a contratação de professores pelo ‘notório saber’. Somos contra isso porque entendemos que para ser professor é preciso passar por um processo de qualificação exclusiva para isso. A educação não pode ser tratada como uma muleta de algum profissional, educação pública merece respeito”, reforça.
Empobrecimento no ensino
O dirigente explica que esse modelo faz parte de uma ideia que
surgiu no governo de Fernando Henrique Cardoso, pelas mãos do
ministro Paulo Renato. “Não somos contra o ensino profissional, mas
deve contemplar a educação nas suas diversas dimensões. Não podemos
querer ter um aluno que saiba um pouco de alguma profissão, sem ter
noção do mundo em que vive. Isso para nós é empobrecimento, fazer
com que escola para pobre tenha currículo medíocre e a de quem pode
pagar aborde aspectos físicos e de criatividade. Ensino médio é
parte da educação básica e deve oferecer oportunidade ao aluno para
que conheça os diversos caminhos que pode seguir na vida, inclusive
profissional”, salienta
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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