Charge da Revista Fórum
Em votação separada, após a cassação do
mandato de uma presidenta legitimamente eleita por mais de 54
milhões de votos, nesta quarta-feira (31), os senadores optaram por
manter os direitos políticos de Dilma Rousseff. Manter esses
direitos significa poder assumir cargos públicos – como dar aulas
em uma universidade pública, por exemplo – ou concorrer a cargos
eletivos em eleições.
O pedido da votação em separado quanto aos direitos políticos foi
feito por requerimento apresentado pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores no Senado, recebendo apoio em partes do senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO),
ex-ministra da Agricultura de Dilma. Após enfatizar a honestidade e
o caráter íntegro de Dilma, Kátia Abreu defendeu que a Dilma fosse
dada a oportunidade de eventualmente vir a ocupar cargos públicos e
garantir o tempo necessário para se aposentar segundos as regras
vigentes da Previdência Social.
Eram necessários 2/3 dos votos dos senadores (54) para a aprovação
da cassação dos direitos políticos de Dilma, mas venceu – pelo
menos desta vez – a verdade dos fatos foi maior do que o ódio
demonstrado por vários senadores que agora formam a base do
governo, a começar pelo candidato derrotado em 2014, Aécio Neves
(PSDB-MG).
Mas apenas 42 senadores se manifestaram a favor de mais uma injusta
brutalidade contra Dilma – contra quem não há processo, acusação
nem delação premiada. Os golpistas precisavam de 54 votos,
mas 36 votaram contra e outros três optaram por se abster.
Senadores aliados a Temer tentaram de todas as maneiras impedir a
votação em separado, mas acabaram derrubados por uma decisão
soberana do presidente da sessão, o ministro do Supremo Tribunal
Federal, Ricardo Lewandowski.
O ministro utilizou dispositivos previstos tanto no regimento
interno do Senado quanto na Constituição Federal para justificar a
votação em separado.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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