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O Ministério Público Federal (MPF) concluiu que as pedaladas fiscais não configuram crimes comuns, inclusive as que embasam o processo de impeachment de Dilma Rousseff. O procurador da República no Distrito Federal Ivan Claudio Marx pediu arquivamento de investigação aberta para apurar possível infração penal de autoridades do governo da presidenta, em parecer enviado à Justiça na quinta (14). Os argumentos sobre as pedaladas coincidem com os da defesa de Dilma no processo de impeachment.
O procurador analisou seis tipos de
manobra do governo Dilma, ouviu integrantes da equipe econômica e
analisou auditorias do TCU e documentos das operações. De acordo
com ele, as manobras não se enquadram no conceito legal de operação
de crédito ou empréstimo, portanto, não seria necessário pedir
autorização ao Congresso. As informações são do jornal paulista
Estadão.
O procurador concluiu, todavia, que as manobras visaram maquiar as
contas públicas, principalmente em 2014, o que determinaria
improbidade administrativa, um delito civil. O despacho diz que o
governo não fez pagamentos nas datas acordadas, descumprindo
contratos com bancos e que, em alguns casos, os atrasos em repasses
tinham previsão legal e que as autoridades não tinham a intenção de
fazer empréstimos ilegais.
Na semana passada, o procurador já tinha arquivado um procedimento
específico sobre o BNDES e, agora, arquiva todas as outras
investigações de atraso em pagamentos com o mesmo entendimento, de
que se trata de "inadimplemento contratual".
“Não foram os aumentos nos volumes de débitos da União, surgidos a
partir de 2013, que configuraram o crime de ‘operação de crédito
sem autorização legislativa’. De modo que, desde o ano de 2000,
esse crime vem sendo praticado e todos os seus praticantes devem
ser responsabilizados ou nenhum o deve, no caso de se entender que
não tinham conhecimento de que o tipo penal criado no ano de 2000
se amoldava àquela praxe preexistente e que permanecera até 2015
sem qualquer questionamento por parte das autoridades de controle”,
disse o procurador, citando o TCU.
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