Selma Balbino, Mara Tavares e Cleyde Tameirão - montage/MídiaConsulte
Considerada um marco no combate à violência contra a mulher no Brasil, a Lei Maria da Penha (LMP) que completará em agosto 10 anos no Brasil poderá ser modificada por um polêmico Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional: o PLC 7/2016, de autoria do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT/ES) e que tem como relator o senador Aloysio Nunes (PSDB/SP).
Esse projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 29 de junho e prevê, entre outras mudanças, que a autoridade policial (delegado) tenha poder para determinar medidas protetivas às mulheres vítimas de violência, antes mesmo de autorização judicial.
O Portal CNTTL ouviu a opinião de mulheres dirigentes dos sindicatos filiados que apontam preocupações e retrocesso neste Projeto de Lei.
Mara Tavares, Secretária da Mulher da CNTTL e do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), não concorda que o delegado determine medidas protetivas ao invés de um juiz.
“Apesar dos problemas apontados no tocante à lentidão e mesmo a omissão do sistema judicial, não justifica repassar esta função para a autoridade policial. Lutamos pela desmilitarização e acreditamos que a autoridade policial já possui mais atribuições em relação ao controle da vida que o necessário”, explica.
A
sindicalista reforça que qualquer mudança na LMP tem que ser
amplamente debatida com os movimentos feministas, com a sociedade
civil, com os órgãos públicos do sistema judiciário e organismos de
política para as mulheres. "Defendemos
a implementação
integral da Lei Maria Penha e de todos os programas nacionais de
enfrentamento à violência contra a mulher como: o Pacto Nacional
pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Acreditamos que só
assim poderemos viver em uma sociedade que não admite a violência
sexista rumo a uma cultura de respeito, autonomia, liberdade e
paz", frisa.
O Coletivo Nacional da Mulher Trabalhadora
da CUT (SNMT)
aprovou documento contrário à mudança
na LMP,
em reunião realizada, nos dias 15 e 16 de junho, em São
Paulo.
Combate ao governo golpista
A Secretária Nacional de Políticas Sindicais da CNTTL e dirigente do Sindicato dos Rodoviários do ABC, Cleyde Tameirão, falou que o governo golpista de Temer tem mostrado que não tem compromisso com as políticas para as mulheres, citando o fim da Secretaria e a não nomeação de nenhuma ministra para o primeiro escalão de seu governo. "Depois do ato falho, ele tentou mas cinco grandes mulheres se recusaram ao cargo", relembra.
Outro tiro no pé do governo golpista foi a escolha da ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) como "gestora" da Secretaria de Políticas para as Mulheres, hoje puxadinho do Ministério da Justiça.
Pelaes declarou que é contra o aborto em caso de estupro e votou contra o projeto de lei de Chico Alencar (PSOL-RJ), que proibia uma empresa de pagar salários diferentes a homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo. “Para nós mulheres que lutamos tanto por igualdade e autonomia esses posicionamentos são um retrocesso. Ela pensa com cabeça de homem machista em um corpo de mulher. Para mim, ela vive num outro século”, critica.
A diretora do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (FENTAC), Selma Balbino, acrescenta que as mulheres devem se unir para denunciar e combater as ações do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer.
“É um absurdo, eles querem mexer em uma Lei favorável às mulheres , que entendemos que precisa ser aperfeiçoada, mas desta forma sem debate com todos os atores envolvidos é um retrocesso. Temos que combater a persistência de que temos donos,pois é assim que os homens brasileiros se sentem donos dos nossos corpos e das nossas ideias”, finaliza.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL