"Ataque à EBC é um ataque à diversidade de expressão", diz Tereza Cruvinel

Governo ilegítimo de Temer tem uma visão indevida sobre o que seja comunicação pública

Por: Do PT nacional
Publicação: 24/06/2016
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Audiência Pública na Câmara sobre a EBC -foto: google

As ameaças que o governo golpista de Michel Temer tem feito à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) expressam sua intolerância com a diversidade de opinião, afirmou a primeira presidenta da EBC, Tereza Cruvinel, durante Audiência Pública sobre a Empresa na Câmara dos Deputados, na terça-feira (21).

“Temer não gosta da TV Brasil não é porque custa muito não. O governo gasta muito mais com publicidade nas mídias privadas. O que esse governo não suporta na TV Brasil é que ela veicula mais de uma opinião, e esse governo parece gostar de pensamento único”, ressaltou.

Para ela, o ataque à EBC é um ataque à diversidade de expressão, e, por decorrência, é uma restrição à liberdade de expressão.

Convocada conjuntamente pelas comissões de Cultura, de Legislação Participativa e de Direitos Humanos, a audiência teve o intuito de debater e desmistificar “alguns equívocos que estão sendo vendidos para a opinião pública sobre o papel e a importância da EBC e que não são verdadeiros”, explicou o deputado federal Chico D’Angelo (PT-RJ), que presidiu a sessão.

“Os países democráticos avançados do mundo todo têm empresas públicas de comunicação, democráticas, independentes, autônomas, e esse governo interino e ilegítimo está querendo extinguir a EBC. Isso é um atraso, um retrocesso muito grande que o governo interino e ilegítimo esta querendo impor à sociedade brasileira”, completou.

Entidades como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o Intervozes, a Frente em defesa da EBC e da Comunicação Pública, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, a Federação dos Radialistas e a Federação Nacional dos Jornalistas (FNAJ) também participaram da Audiência.

Audiência

O argumento da suposta baixa audiência da TV Brasil, usado pelos golpistas para justificar o seu fechamento, foi rebatida pelo atual diretor-presidente da EBC, Ricardo Melo, presente à Audiência Pública.

Segundo Melo, fechar uma TV pela baixa audiência é “reduz a questão da comunicação pública a uma questão de mercado mais rasteira possível”. Ele questiona as reais motivações de Temer para extinguir a TV Brasil.

“Qual a audiência da NBR? Por que o governo fala em fechar a TV Brasil, mas não fala em fechar a NBR? Então a questão não é simplesmente de audiência, até porque a nossa audiência é muito maior do que aquela medida pelo Ibope”, argumentou.

A presidenta do Conselho Curador da EBC, Rita Freire, destacou a importância de fazer a defesa da comunicação pública e afirmou que o governo ilegítimo de Temer tem uma “visão indevida sobre o que seja comunicação pública”.

“É direito fundamental da sociedade brasileira ter acesso à comunicação. Hoje nós temos um sistema de comunicação privado bastante fortalecido, privilegiado inclusive, em matéria de financiamento, recursos e estrutura. Nós temos mídias que são do Estado para serviços das instituições do Estado, mas a sociedade precisa da sua mídia, da sua voz. Alias, não apenas uma mídia, todo um sistema e a EBC é um sistema de comunicação que se conecta com todo o sistema de comunicação pública no Brasil”, afirmou.

Freire lembrou que a EBC dá voz e espaço à diversidade da sociedade brasileira. “Isso requer um exercício constante de abrir canais para sua cultura, sua forma de expressar, sua criatividade, suas produções regionais. É preciso uma mídia que esteja atenta a isso”.

Tereza Cruvinel lembrou, ainda, que a lei que criou a EBC foi democraticamente votada no Congresso Nacional, “com participação de toda sociedade”. Para ela, os golpistas não entendem o que significa uma comunicação pública.

“A TV Brasil é pública, por isso o governo não pode controlá-la. E é isso que incomoda também o governo Temer, ele não está tendo poder de fazer dela um instrumento de sua vontade, porque até agora o Supremo não deixou”, enfatizou.



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