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A Coalizão dos Sindicalistas Negros (CBTU) dos Estados Unidos publicou uma resolução apelando aos presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Justin Trudeau, do Canadá, para que não reconheçam o governo interino de Michel Temer (PMDB). “A CBTU condena o golpe legislativo vigente no Brasil contra o governo eleito da presidente Dilma Rousseff”, afirma.
O documento, assinado ema 26 de maio,
é intitulado "Justiça e Democracia no Brasil" e reúne considerações
e posicionamentos da coalizão sobre a conjuntura brasileira.
“Rejeitamos veementemente os esforços de invalidar as políticas
progressistas e conquistas projetadas para construir uma democracia
inclusiva no Brasil e em apoio aos programas democráticos e
pró-trabalhadores.”
A organização sindical norte-americana considera que o afastamento
de Dilma foi planejado pelo Legislativo a fim de minar os avanços
sociais dos últimos governos do PT. “A justiça social vem sendo
executada e administrada com profissionalismo e sucesso, tirando
mais de 40 milhões de pessoas da pobreza.”
A manifestação da CBTU engrossa o caldo do discurso de organizações
de trabalhadores em todo o mundo contra o golpe. A organização
afirma estar alinhada com a Federação Americana do Trabalho e
Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), da qual faz parte,
e que, por sua vez, se pronunciou em nota: “A CBTU se junta ao coro
da AFL-CIO, das inúmeras organizações de direitos humanos e
trabalhistas em todo o mundo, que apelam ao presidente Barack Obama
para 'condenar publicamente o golpe e apoiar o governo
democraticamente eleito pelo povo brasileiro'”.
Defesa dos direitos
A defesa dos direitos trabalhistas é
um dos temas que norteia a manifestação da CBTU. “O novo gabinete
do governo instalado pela direita é majoritariamente rico, branco e
masculino (…) seu programa econômico inclui a redução das leis
trabalhistas através da permissão aos empregadores de terceirizarem
qualquer emprego, cortando benefícios e elevando a idade para a
aposentadoria dos trabalhadores, vendendo petróleo e outras
indústrias nacionais a empresas multinacionais e retirando das
comunidades afrobrasileiras (quilombos) os tradicionais direitos da
terra”, diz.
A organização chega a traçar um paralelo dos ataques sofridos por
Obama em seu país. Por ter defendido pautas como a da saúde
pública, o presidente norte-americano é frequentemente atacado por
setores de direita radical, como o Tea Party. “A linguagem da
divisão e o ódio direcionado contra Dilma Rousseff e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ecooam as injúrias lançadas
contra o presidente Barack Obama pela direita organizada nos
Estados Unidos”, afirma a nota.
"Os governos norte-americanos “não podem ficar em silêncio diante
da injustiça, e que a CBTU continuará a lutar juntamente com nossas
companheiras e companheiros brasileiros contra o racismo e a
violência para defender a democracia e por uma vida de dignidade e
igualdade”, conclui a nota.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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