Foto: CUT
Representantes da delegação brasileira
e lideranças que participam da 105ª reunião da Conferência
Internacional do Trabalho (CIT), em Genebra, Suíça, realizaram ato
na segunda-feira (6) para denunciar o golpe de Estado liderado
pelas forças conservadoras, com apoio da grande mídia, parlamento e
setores do Judiciário contra a presidenta Dilma Rousseff.
A atividade contou com apoio de lideranças internacionais, como o
Secretário-Geral da CSI África, Kwasi Adu-Amankwah, que
expressou solidariedade à luta dos brasileiros e ajuda a
ampliar a campanha internacional "Somos todos Brasil contra o
golpe".
“Expressamos nossa solidariedade com os trabalhadores e o povo
brasileiro nesta grande luta pela democracia porque constatamos que
a organização dos trabalhadores e sua contribuição à Política
ajudaram a tirar milhões e milhões da pobreza dando-lhes acesso a
educação e a saúde. E isso foi realizado em 12 anos em tal escala
que em muito supera quaisquer benefícios recebidos pela classe
trabalhadora em séculos de dominação das elites. E é por isso que
devemos estar solidários com os trabalhadores brasileiros contra
aqueles que querem usar meios civis para dar um golpe de Estado
contra um governo democraticamente eleito", apontou.
O manifesto “Somos Brasil contra o golpe”, que a CUT distribuiu em
Genebra, denuncia como a trama foi arquitetada “através de ataques
sistemáticos e orquestrados por setores do judiciário, empresários,
grandes meios de comunicação e apoiados, de maneira entusiasmada,
pela parcela mais rica da sociedade brasileira” (lei mais
abaixo).
Para a CSI (Confederação Sindical Internacional), o que está
ocorrendo no Brasil é um golpe contra os trabalhadores e à
população mais pobre. O movimento sindical internacional há muito
tempo vê o Brasil como exemplo de conquista e direito. E é
justamente isso que os golpistas querem retirar", disse.
"O ato que realizamos aqui em Genebra com mais de 200 dirigentes
sindicais do mundo inteiro, foi uma demonstração muito forte de
solidariedade. Isso tem uma importância grande porque as pessoas
que compareceram vão manter o compromisso de denunciar a situação
de golpe no Brasil", definiu
Diretor Executivo da CUT, Júlio Turra apontou a importância do
apoio da classe trabalhadora internacional. "É uma forte
demonstração de solidariedade de sindicalistas de todo o continente
reunidos aqui em Genebra, expressando que estão do nosso lado na
luta para derrotar o golpe, restabelecer a democracia e os direitos
dos trabalhadores', falou.
Abrir os olhos do mundo
O manifesto “Somos Brasil Contra
o Golpe” defende que o “programa dos golpistas prevê, dentre outros
pontos, o fortalecimento do acordo global de comércio TISA - que
reduz a soberania nacional; enfraquecimento dos BRICS e do
Mercosul, priorizando acordos bilaterais; desregulamentação do
mercado de trabalho; enfraquecimento dos sindicatos nas negociações
coletivas e tornar os direitos garantidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) em objeto de negociação, prevalecendo o
negociado sobre o legislado; elevação da idade mínima para
aposentadoria, assim como permitir benefícios com valores
inferiores ao do salário mínimo; redução da massa salarial e do
salário médio; privatizações selvagens, inclusive das gigantescas
reservas da camada do Pré-Sal; desvinculação geral dos gastos do
governo federal, sobretudo nas áreas de educação e saúde,
caminhando, dessa forma, para a privatização e abertura da economia
com o fim da política de conteúdo local para compras
governamentais”, destaca
Destaca ainda que a “CUT Brasil, e demais forças democráticas, não
reconhecem o governo Temer e o condenam como ilegítimo, por ser
resultado de um processo ilegal e golpista de impeachment e por
desrespeitar a vontade expressa da maioria dos cidadãos brasileiros
que reelegeu, em 2014, a presidenta Dilma com mais de 54 milhões de
votos – único governo eleito e, portanto, legítimo. Não aceitaremos
que a classe trabalhadora e os setores mais pobres da população
tenham que sofrer ainda mais sacrifícios. Lutamos até agora contra
o golpe e continuaremos lutando, nas ruas e nos locais de trabalho,
para reconduzir o país ao Estado de Direito e ao regime
democrático, contra a retirada de direitos dos trabalhadores e das
trabalhadoras e contra iniciativas que busquem a inserção
subordinada do Brasil na economia internacional, regredindo, dessa
forma, aos anos 90”, conclui o documento.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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