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O diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), avaliou as medidas anunciadas pelo governo golpista de Michel Temer. Segundo ele, apresar de provisório, o governo Temer propõe alterações na Constituição que afeta diretamente os trabalhadores da ativa e aposentados.
“Todas elas mexem na Constituição e
precisam ser encaminhadas via Proposta de Emenda Constitucional.
Existem nas medidas, claramente, três grandes retrocessos”, disse
ele, apontando três medidas: desvincular benefícios previdenciários
do salário mínimo, com arrocho na renda; desvincular da receita
orçamentária despesas com saúde e educação, livrando entes estatais
dessa responsabilidade; e fazer a reforma da Previdência, mexendo
com os atuais segurados.
“São três pauladas na Constituição”, analisou Toninho, salientando
que alterações no salário mínimo, com redução de ganho para
trabalhadores da ativa ou aposentados, é duplamente grave, “por ser
ataque a um direito e direito que tem o caráter de verba
alimentar”.
Em artigo, Toninho destaca ainda que Temer tem como
prioridades o que chamada "melhoria do ambiente de negócios", cujo
foco "são a terceirização e a substituição do legislado pela
negociação nas relações de trabalho". Segundo ele, essa tese tem
insuflado o setor empresarial que tem intensificado a atuação para
aprovar leis com esse propósito.
"Citam como exemplo, para persuadir os trabalhadores, a redução do
intervalo da refeição, que supostamente permitiria ao trabalhador
sair mais cedo do trabalho ou incluir o tempo economizado em sua
jornada para não ter que trabalhar aos sábados; o caso do
parcelamento de férias, que supostamente permitiria ao trabalhador
gozar suas férias em até três períodos de dez dias; e o caso da
participação nos resultados, que as empresas alegam que a lei as
impede de parcelar e, supostamente por isso, muitas vezes o valor a
ser distribuído, por falta de caixa, é reduzido em função dessa
limitação legal", destaca.
E completa: "Ora, até é possível que nos exemplos citados, se
modificada a legislação, o cumprimento do direito seja garantido,
ainda que em outras bases, e que, nestas hipóteses, não haveria a
redução ou eliminação de direitos. Mas na prática não será assim,
até porque a lei não irá tratar especificamente desses casos,
remetendo para a negociação o poder pleno de dispor sobre as
relações de trabalho, para acrescentar ou, preferencialmente,
reduzir direitos".
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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