divulgação
O presidente interino golpista Michel
Temer (PMDB) confirmou os boatos e publicou no Diário Oficial da
União na terça-feira (17) a exoneração do diretor-presidente da
Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o jornalista Ricardo Pereira
de Melo.
A EBC foi criada através da Lei 11.652/2008. Seu estatuto reza que
a nomeação do diretor-presidente é de responsabilidade da
Presidência da República e tem duração de quatro anos, só podendo
ser exonerado em duas situações. Uma delas é quando o próprio
titular do cargo pede exoneração. A outra situação é quando há duas
notas de desagravo por parte do Conselho Curador.
Melo foi nomeado pela presidenta eleita Dilma Rousseff no dia três
de maio deste ano e, de acordo com o estatuto, teria mandato até
2020.
A medida recebeu críticas da Fenaj (Federação Nacional
dos Jornalistas) , de representantes do Conselho Curador e de
movimentos sociais que lutam pela democratização da
comunicação.
Presidenta do Conselho, Rita Freire, apontou que os conselheiros
repudiam a medida e lembram que o próprio Temer aprovou a lei que
desrespeita agora.
“O que estamos fazendo é defender um lei que foi aprovada inclusive
com o voto do presidente interino da República. Ele também aprovou
essa lei na época, da criação da EBC, que garante todos esses
instrumentos”, afirmou.
Rita aponta ainda que a decisão antidemocrática do golpista ameaça
um sistema de comunicação que envolve TV internacional, agência e
nove rádios, inclusive emissoras que chegam a população ribeirinha
e do interior da Amazônia.
“Falamos do direito à comunicação que não pode ser do governo ou do
partido. Não podemos cogitar que o governo agrida lei que
defende a EBC. Mexer com o que já conseguimos construir é atacar a
nossa carta magna”, ressaltou.
Atentado à democracia
Secretário de comunicação da CUT, Roni Barbosa, classifica a medida
como um atentado ao amplo acesso à produção e distribuição de
informação.
“Isso vai interferir nas políticas públicas de comunicação no
Brasil. Rechaçamos esse atentado e recorreremos aos meios legais. A
democratização da comunicação, uma luta grande que já vem sendo
travada há muito tempo, sofre um revés e estamos regredindo ao
monopólio”, criticou.
Para a secretária de Formação da CUT e também conselheira da EBC
Rosane Bertotti, o objetivo de Temer é justamente colocar a empresa
a serviço do golpe.
“Temer não entende o que é uma comunicação pública e estatal, não
entende que a EBC não é estrutura com governo. Essa é uma prova de
que o processo de comunicação pública ainda não está consolidado.
Os governos passam. Estados ficam. Por isso a importância de
conquistarmos políticas de Estado. É um patrimônio público, é
uma forma de desmerecer a história e conquista da sociedade
brasileira.”
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
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