Vagner Freitas: “Já que foi conduzida por um ‘delinquente’, votação do impeachment tem que ser anulada”

Presidente da CUT questiona legitimidade da sessão do dia 17 de abril, que culminou na admissão do processo de impedimento da presidenta Dilma

Por: Da CUT
Publicação: 06/05/2016
Imagem de Vagner Freitas: “Já que foi conduzida por um ‘delinquente’, votação do impeachment tem que ser anulada”

divulgação

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do seu mandato, decidido pelo ministro Teori Zavascki na quinta-feira (5), deslegitima a votação conduzida pelo peemedebista na Câmara dos Deputados que culminou na admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

"Já que foi conduzida por um 'delinquente', e não sou eu quem chama o Cunha assim, foi o Janot, a votação do dia 17 de abril tem que ser anulada. Fica evidente que o Cunha só queria jogar uma cortina de fumaça sobre as acusações contra ele", afirmou Vagner Freitas.

Ainda sobre o afastamento de Cunha, o presidente da CUT espera que o processo seja levado adiante, "Que ele não seja apenas afastado, tem que ser cassado. Aliás, precisa ser julgado e condenado pelos crimes que cometeu. O mandato dele é uma afronta aos interesses da classe trabalhadora."

Vagner aponta que o afastamento é necessário. "A gestão dele é horrorosa. Além das contas na Suíça e das denúncias de corrupção, ele transformou a Câmara dos Deputados em um enorme balcão de negócios."

Governo pedirá anulação da votação

"Nós já estamos pedindo e vou pedir. A decisão do Supremo mostra clarissimamente. Indiscutível. Eduardo Cunha agia em desvio de poder". A afirmação é do advogado-geral da União, o ministro José Eduardo Cardozo, que confirmou que o governo pedirá a anulação do processo de impeachment contra a presidenta.

Segundo Cardozo, a decisão do STF "evidencia aquilo tudo que estamos afirmando há muito tempo". Para o advogado-geral, não há dúvidas sobre a influência de Cunha na condução do processo de impeachment na Câmara.

"Não fosse o presidente Eduardo Cunha agindo desta forma, que levou ao seu afastamento hoje, esse processo não teria sido instaurado. Foi uma vingança. E isto qualifica o desvio de poder de Eduardo Cunha, hoje atestado por uma decisão judicial", encerra Cardozo.

 

 



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