divulgação
“O vice-presidente não tem
legitimidade porque assumirá o governo através de um golpe
institucional, no qual é um dos maiores conspiradores.”, reforça o
texto.
Diante do avanço do golpe em curso no país, a UNE mostra a
resistência dos estudantes e das universidades brasileiras e
convoca para 28 de abril, quinta-feira, um dia nacional de
paralisação.
“Não toleraremos recuar nem um centímetro de nossa democracia.
Paralisaremos as universidades de todo o Brasil no dia 28 de abril,
marcharemos ao lado dos trabalhares e trabalhadoras e no dia 1º de
maio, ocuparemos as ruas e praças em atos políticos e culturais
contra o golpe e no dia da votação do processo do impeachment no
Senado, ocuparemos Brasília e o Brasil, prontos a responder à
altura os desafios que estão por vir.”, convoca o documento
aprovado pela diretoria da UNE
O documento destaca ainda que “a convergência das frentes Brasil
Popular, Povo Sem Medo, dos setores cultura, intelectuais, juristas
e o povo Brasileiro, nos dão perspectivas de muita luta para a
construção de um programa popular.”
Leia abaixo o documento aprovado pela diretoria da
UNE
“Não baixe a guarda, a luta não acabou.”
O horizonte desafiador que se desenha para o próximo período
revelará, mais uma vez, quem são aqueles e aquelas que estão ao
lado do povo. Lugar este sempre corajosamente abraçado pela União
Nacional dos Estudantes ao longo dos seus quase 80 anos.
Nossa geração é fruto da maior experiência democrática que o Brasil
já vivenciou. A Carta Magna de 88, chamada Constituição cidadã, é
fruto das lutas de nosso povo. Nela estão previstos diversos
elementos fundamentais para a construção de uma sociedade livre,
justa e solidária; que garanta o desenvolvimento nacional com a
erradicação da pobreza e das desigualdades sociais e regionais;
promovendo assim o bem de todos e todas, sem preconceitos ou
qualquer tipo de discriminação. São esses propósitos que queremos
que sejam plenamente realizados.
O Brasil vive hoje um dos piores capítulos da sua história com a
ruptura institucional a partir da admissibilidade de um impeachment
sem base legal. Conduzido sem nenhuma legitimidade pelo réu e
corrupto, Eduardo Cunha. Tal fato traz à UNE as piores lembranças
de momentos semelhantes que o nosso país já viveu.
A mesma recordação trouxeram os golpistas ao motivarem seus votos,
dedicando-os para os militares de 64 e para
torturadores da ditadura. Isso não é um mero acaso. Entre Deus e a
família, tudo era motivo para votar pela admissibilidade, menos
averiguação se a Presidenta cometeu ou não algum crime de
responsabilidade. O crime de responsabilidade exige uma ação de
quem o pratica e não uma omissão, como aponta contraditoriamente o
relatório aprovado.
Os que se impuseram pelas forças dos tanques, agora se impõem sob a
insígnia da fraude. O verdadeiro propósito do golpe institucional
em curso é uma acelerada destruição dos direitos sociais,
trabalhistas, da soberania nacional, das liberdades democráticas e
o conjunto de conquistas que o povo brasileiro almejou nos últimos
anos. Querem destruir nossos sonhos e nossas conquistas. Querem
abrir portas para o conservadorismo, para o retrocesso. Há uma
ruptura constitucional e democrática em curso: isso é golpe.
“Assim como há uma rua chamada Voluntários da Pátria, podia haver
outra que se chamasse, inversamente, Traidores da Pátria.”
A traição é uma marca forte do processo político do Brasil. O
vice-presidente da república, Michel Temer, sem nenhum
constrangimento tenta se colocar como alternativa para dirigir o
país. Liderando um projeto extremamente conservador e atrasado, com
uma agenda neoliberal radical, a chamada “ponte para o futuro”,
visando retirar direitos dos trabalhadores e diminuindo
investimentos sociais.
A “ponte” é um atalho para o passado, pois representa o retorno das
privatizações e da liquidação do patrimônio público, com o fim das
vinculações constitucionais para a saúde e a educação. Isso
significa rasgar o Plano Nacional de Educação e por um fim a todas
as transformações feitas nas universidades. Representa também o fim
definitivo do regime de partilha do petróleo, consumando o desejo
histórico das aves de rapina que é de entregar o petróleo
brasileiro, principalmente das camadas do pré-sal, para o interesse
estrangeiro.
Isso coloca em risco o protagonismo que o Brasil e a América Latina
tiveram nos últimos anos na geopolítica internacional fortalecendo
um bloco que afronta a hegemonia dos Estados Unidos. Querem
novamente relegar a nossa soberania e colocar o país de joelhos,
típico ao entreguismo que define a nossa elite associada ao capital
financeiro internacional e lacaio dos investidores
estrangeiros.
Enfrentaremos cada batalha contra o golpe institucional, inclusive
no Senado Federal. Porém, caso esse cenário se confirme, a União
Nacional dos Estudantes não reconhecerá a presidência da república.
O vice-presidente não tem legitimidade porque assumirá o governo
através de um golpe institucional, no qual é um dos maiores
conspiradores. Além de representar o atraso: aprofundará a política
de representação de um país para poucos e comandados por aqueles do
andar de cima da pirâmide social. Não vamos admitir que esse
desgoverno desmonte o país.
Aqui se respira luta.
Podem tentar, mas não vão nos intimidar. Os golpistas tentam nos
amedrontar, foi assim em 1964, quando colocaram fogo na sede da
UNE, na noite da consumação do golpe militar, cassaram nossa
legalidade e violentaram estudantes. Resistimos e vencemos. E agora
tentam, através de uma Comissão de Inquérito Parlamentar – CPI da
UNE, mais uma vez calar a nossa voz e desestruturar a luta dos
estudantes, dessa vez com golpe e repressão institucional. Tais
iniciativas também atingem o conjunto dos movimentos sociais como a
CPI – já em funcionamento – do INCRA e FUNAI. Isso coloca todos os
movimentos sociais em alerta, certamente estão na mira, a exemplo
dos recentes ataques ao MST.
“Da Unidade Vai Nascer a Novidade”
Essa conjuntura crítica em que vivemos deve ser aproveitada para um
momento de grande fortalecimento dos movimentos sociais em nosso
país. Com muita unidade poderemos responder à esse ataque com uma
histórica mobilização. A convergência das frentes Brasil Popular,
Povo Sem Medo, dos setores cultura, intelectuais, juristas e o povo
Brasileiro, nos dão perspectivas de muita luta a para a construção
de um programa popular.
Defender a democracia é defender um projeto de defesa da educação,
dos direitos trabalhistas, de ampliação de investimentos em
serviços públicos, de proteção à renda e ao emprego e de avanço das
reformas estruturais populares. Conclamamos o governo Dilma a
alinhar-se aos setores populares mudando sua política econômica e
convocamos a todas e todos que defendem a democracia a construírem
este projeto.
Vive em nós toda a rebeldia e força para lutar por nosso povo. Sem
democracia não há liberdade, não há direitos, nem avanços, e
recessão não combina mais com o Brasil. A universidade é uma
trincheira de resistência e consciência democrática.
Não podemos confiar no Congresso Nacional, vimos a vergonha que foi
a votação do Impeachment na Câmara dos Deputados e não será
diferente no Senado, por isso a mobilização popular é única forma
de derrotar esse impeachment golpista. Conclamamos as e os
estudantes que já se organizam em centenas de comitês contra o
golpe a estarem em estado de mobilização permanente. Não
toleraremos recuar nem um centímetro de nossa democracia.
Paralisaremos as universidades de todo o Brasil no dia 28 de abril,
marcharemos ao lado dos trabalhares e trabalhadoras e no dia 1º de
maio, ocuparemos as ruas e praças em atos políticos e culturais
contra o golpe e no dia da votação do processo do impeachment no
Senado, ocuparemos Brasília e o Brasil, prontos a responder à
altura os desafios que estão por vir.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
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