Nildes Sampaio da Silva - Foto: Arquivo Pessoal
Há 34 anos trabalhando como técnica de serviços portuários na Companhia Docas do Rio de Janeiro (Codesa), Nildes Sampaio da Silva, aderiu ao movimento sindical, por ser comprometida com o coletivo. Atualmente, ela é diretora de assuntos da Mulher da Federação Nacional dos Portuários.
Em
entrevista à Série Mulheres no Transporte, Nildes
repudia a distinção entre homens e mulheres e comenta que o maior
problema é a discriminação, estupidez e desrespeito que elas
sofrem, e, por isso, para a trabalhadora, a luta das mulheres é um
marco na vida de todos.
Ela também falou da presidenta Dilma
Rousseff, citando-a como uma grande mulher. "Um dos
obstáculos que ela enfrenta é a vaidade, ganância e a falta
de escrúpulo de homens que desprestigiam mulheres, em especial as
que ousam não se submeterem a eles. Dilma é um exemplo de superação
enquanto ser humano", frisa. Confira
abaixo a entrevista completa:
CNTTL-CUT: Quando você ingressou no setor
portuário?
Nildes Sampaio da Silva: Comecei no Porto de Angra dos Reis (RJ) há mais ou menos 34 anos e depois de casar e antes do primeiro filho nascer, tive que pedir transferência. Meus dois chefes, dona Lelis Therezinha e o Engenheiro Fernando Maurício L. Acavalcanti contribuíram para despertar meu interesse pelo setor e como meu pai era estivador, ficou fácil aguçar a curiosidade e amar a profissão.
CNTTL-CUT: O que te motivou a entrar no movimento sindical? E há quanto tempo você está no Sindicato?
Nildes: Sempre participo de atividades sociais e costumo intervir nas questões, mas participar diretamente do movimento sindical não estava nos meus planos até o terceiro convite. Reagia à ideia por achar que não me adaptaria ao ritmo e perfil. Hoje reconheço que apesar da entrega que as causas exigem, me sinto comprometida com o coletivo e gosto muito do que faço. É uma honra para mim representar a minha categoria.
CNTTL-CUT: Qual a importância das mulheres
lutarem pelos seus direitos?
Nildes: Ocupo a diretoria para os assuntos das mulheres e sempre brinco que me meto nos assuntos dos homens também, mas respondendo à pergunta, acredito no avançar do tempo e das conquistas. É claro que a diferença de status entre homens e mulheres ainda é bem grande, mas penso que a mulher não se dá por vencida. Somos seres humanos com capacidade, inteligência e sensibilidade tanto quanto homens. O problema é a discriminação, estupidez e desrespeito que algumas pessoas alimentam na vida sobre outras pessoas, e no trabalho não é diferente. A luta das mulheres é um marco e você pode constatar que as conquistas tornam cada vez mais o mundo melhor para todos. Só os tolos desprezam o pensar, o lugar da mulher é onde ela quer estar.
Aproveito para falar sobre a grande mulher que é Dilma Rousseff. Um dos obstáculos que ela mais enfrenta é a vaidade, ganância e a falta de escrúpulo de homens que desprestigiam mulheres, em especial as que ousam não se submeterem a eles. Dilma é um exemplo de superação enquanto ser humano. Brasileira, e em especial uma mulher de coragem. Deixo uma reflexão sobre o lamentável e atual momento político pelo qual estamos passando. É um absurdo o que está acontecendo com Dilma e Lula, que têm sofrido uma perseguição de comandos empresariais, parlamentares e de parte da grande imprensa que querem derrotar não Dilma ou Lula, mas a cidadania e a democracia.
CNTTL-CUT: Como é o ambiente de trabalho no porto? As mulheres portuárias sofrem preconceito?
Nildes: O ambiente portuário é por essência masculino. E de cima para baixo é o homem quem estabelece em que a mulher pode atuar. Existem mulheres na guarda portuária, mas elas estão longe de serem lembradas como especialistas em segurança nos portos. Isso é uma pena porque competência não está vinculada a gênero ou outra condição. Hoje temos na Secretaria de Portos, nas Docas e mesmo nos demais postos de trabalho do setor portuário, inclusive empresas privadas, os cargos e posições sempre ocupados por homens e quando há mulheres é muito engraçado ouvir no final da apresentação que é muito competente.
CNTTL-CUT: Na base, o Sindicato representa quantas trabalhadoras e trabalhadores?
Nildes: O Sindicato é de atuação estadual. Temos um alcance de mais de 18.000 trabalhadores diretos e indiretos. Portos públicos e privados, concessões, além dos trabalhos voltados aos portos secos. Nosso ambiente é majoritariamente masculino. Mas atualmente temos três mulheres na executiva de oito empregados com vínculo. Tratando-se de executiva a porcentagem é de 30%.
CNTTL-CUT: Qual é a sua mensagem para combater o
machismo?
Nildes: A minha mensagem sempre é de otimismo. Acredito que tudo na vida pode ser enfrentado e vivido com consciência, lucidez e também com intuição e ousadia. Para mim, é fundamental que seja nas relações de amizade, profissionais, de família ou mesmo aquelas esporádicas ou do cotidiano, homens e mulheres devem lembrar que são pessoas. As conquistas e derrotas passam por esse prisma.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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