Paralisação no dia 3 de fevereiro no GRU Airport - foto: Nayara Striani/Mídia Consulte
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (FENTAC/CUT), que representa 70 mil aeroviários e aeronautas em Campanha Salarial, repudia o informe publicitário veiculado na sexta-feira (5) pelo Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), que traz informações distorcidas.
A paralisação nacional das categorias de duas horas realizada em 12 aeroportos – que cumpriu integralmente a liminar do TST -- no dia 3 de fevereiro, foi uma resposta à falta de reconhecimento a esses profissionais que têm garantido com profissionalismo e competência a forte expansão da aviação no País.
Apesar de o SNEA dizer no anúncio que “repudia o uso impróprio da segurança no voo”, infelizmente, as empresas aéreas não têm dado atenção merecida. Recentemente, os mecânicos de aeronaves de toda América Latina da LATAM elaboraram uma carta ao presidente da companhia aérea, Enrique Cueto, alertando sobre o tema.
O documento cobrou providências da empresa sobre a tentativa de substituição de pessoal técnico, com licença para trabalhar em aviões, por trabalhadores não habilitados, criados somente para baixar custos de manutenção.
A grave denúncia, publicada no Portal FENTAC, teve mais de 36 mil acessos, e os passageiros demonstraram preocupação com a precarização da mão de obra, que pode colocar em risco à vida e à integridade das pessoas que voam nos aviões da companhia.
Mesmo com toda essa precarização, o profissionalismo dos trabalhadores conseguiu fazer com que 2015 fosse o ano mais seguro para aviação comercial brasileira.
Negociação
Nos últimos dez anos, as negociações da Campanha Salarial sempre
terminaram em conflito. Foram necessários protestos e paralisações,
organizados pelos sindicatos filiados, que tiveram mediações do
poder judiciário, para que os trabalhadores conquistassem o mínimo:
a reposição integral nos salários e melhorias nos direitos
sociais.
E mesmo assim, entre 2000 e 2014, os aumentos reais foram apenas 0,43%, enquanto o setor da aviação consolidou uma expansão extraordinária de mais de 150% da demanda por serviços de aviação (RPK), média de 7,16% ao ano, nesse período.
Isso sem contar as políticas
perversas adotadas pelas empresas que têm contribuído com a
sobrecarga e precarização nas relações de trabalho. Entre
janeiro e outubro de 2015, cerca de 1.722 postos de trabalho
foram fechados na aviação regular, sobrecarregando e explorando
ainda mais os que estão trabalhando. Esse foi o pior saldo dos
últimos nove anos e o maior número de postos de trabalho encerrados
desde 2006.
A alta rotatividade também é perversa. Metade dos aeroviários em
2014 tinha no máximo dois anos de emprego. As empresas demitem e
recontratam pagando o piso, que já é muito baixo e, com isso,
economizam.
Propostas
Nesta Campanha, foram quatro meses de longas e difíceis negociações
com as empresas aéreas, que se não fosse a pressão da bancada dos
trabalhadores, continuariam com a proposta de “reajuste zero”.
Mesmo após muita pressão, as aéreas apresentaram uma proposta de
reposição da inflação, que não é retroativa à data-base 1º de
dezembro, e que em razão dos parcelamentos em meses alternados e
por faixas salariais, os aeroviários e aeronautas terão perdas
salariais drásticas.
Valorização nos salários
Para o Brasil voar mais -- título do
anúncio publicitário do SNEA -- é fundamental valorizar os salários
e avançar nos benefícios sociais para os trabalhadores. Afinal, se
hoje os profissionais na aviação conquistaram melhorias em alguns
direitos sociais foram graças às mobilizações, greves e protestos
realizados pelos sindicatos dos aeroviários e aeronautas.
A reivindicação dos trabalhadores na aviação civil de aplicação de
11% nos salários e benefícios retroativo à data-base (que
venceu em 1º de dezembro) é justa porque fará a recomposição das
perdas inflacionárias. Vale lembrar que 84% das negociações
de outras categorias profissionais com data-base até novembro de
2015 conquistaram reajustes salariais iguais ou superiores a
variação dos preços do INPC-IBGE.
O expressivo crescimento e
consolidação do modal de transportes aéreos no Brasil não é fruto
exclusivamente da capacidade de gestão econômica das empresas
aéreas, mas, sobretudo, no principal fator da produção dessa
riqueza: a força de trabalho dos aeronautas e
aeroviários.
Direção da FENTAC/CUT
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