Roberto Stuckert Filho/PR
Nesta virada de ano, a presidenta Dilma Rousseff utilizou sua conta em uma rede social para desejar um bom 2016 para a população brasileira. Os votos da presidenta foram reforçados em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo de 1º de janeiro.
Confira a seguir no portal CNTTL a íntegra do artigo:
O ano de 2015 chegou ao final e a virada do calendário nos faz
reavaliar expectativas e planejar novas etapas e desafios. Assim,
como sempre, nos traz a necessidade de refletir sobre erros e
acertos de nossas decisões e atitudes.
Este 2015 foi um ano muito duro. Revendo minhas
responsabilidades nesse ambiente de dificuldades, vejo que nossos
erros e acertos devem ser tratados com humildade e perspectiva
histórica.
Foi um ano no qual a necessária revisão da estratégia econômica
do país coincidiu com fatores internacionais que reduziram nossa
atividade produtiva: queda vertiginosa do valor de nossos
principais produtos de exportação, desaceleração de economias
estratégicas para o Brasil e a adaptação a um novo patamar cambial,
com suas evidentes pressões inflacionárias.
Tivemos também a instabilidade política que se aprofundou por
uma conduta muitas vezes imatura de setores da oposição que não
aceitaram o resultado das urnas e tentaram legitimar sua atitude
pelas dificuldades enfrentadas pelo país.
Mais do que fazer um balanço do que se passou, quero falar aqui
da minha confiança no nosso futuro e reafirmar minha crença no
Brasil e na força do povo brasileiro. Estou convicta da nossa
capacidade de chegarmos ao fim de 2016 melhores do que indicam as
previsões atuais.
A principal característica das crises econômicas do Brasil,
desde os anos 1950, é uma combinação entre crise externa e crise
fiscal. As economias emergentes sempre foram pressionadas pela
combinação de deficit e dívida externa, com desarranjos fiscais do
Estado.
A realidade brasileira hoje é outra. A solidez da nossa
economia é a base da retomada do crescimento. Temos uma posição
sólida nas reservas internacionais, que se encontram em torno de
US$ 368 bilhões, a sexta maior do mundo.
O deficit em transações correntes terá recuado no final do ano
de cerca de 4,3% para 3,5% do PIB, comparativamente a 2014. O
investimento direto estrangeiro na casa de US$ 66 bilhões demonstra
a confiança dos investidores no nosso país.
Em 2016, com o apoio do Congresso, persistiremos pelos
necessários ajustes orçamentários, vitais para o equilíbrio fiscal.
Em diálogo com os trabalhadores e empresários, construiremos uma
proposta de reforma previdenciária, medida essencial para a
sobrevivência estrutural desse sistema que protege dezenas de
milhões de trabalhadores.
É claro que os direitos adquiridos serão preservados, e devem
ser respeitadas as expectativas de quem está no mercado de
trabalho, mas de forma efetivamente sustentável.
Convocarei o Conselho de Desenvolvimento Social, formado por
trabalhadores, empresários e ministros, para discutir propostas de
reformas para o nosso sistema produtivo, especialmente no aspecto
tributário, a fim de construirmos um Brasil mais eficiente e
competitivo no mercado internacional.
Não basta apenas a modernização do nosso parque industrial, é
fundamental continuarmos investindo em educação, formação
tecnológica e científica.
Precisamos também respeitar e dialogar com os anseios
populares, desenvolvendo uma estrutura de poder mais próxima da
sociedade, instituições fortes no combate à corrupção, oferta de
serviços públicos de qualidade e ampliação dos instrumentos de
participação e controle da sociedade civil.
As diferentes operações anticorrupção tornaram as instituições
públicas mais robustas e protegidas. Devem continuar assegurando o
amplo direito de defesa e punindo os responsáveis, sem destruir
empregos e empresas.
Reafirmo minha determinação pela reforma administrativa que
iniciei. Quero um governo que gaste bem os recursos públicos, que
seja racional nos processos de trabalho e eficiente no atendimento
às demandas da sociedade.
O governo está fazendo sua parte. Executamos um duro plano de
contenção de gastos, economizando mais de R$ 108 bilhões em 2015 -o
maior contingenciamento já realizado no país. Para 2016, firmamos o
compromisso de produzir um superavit primário de 0,5% do PIB.
Fizemos e faremos esse esforço sem transferir a conta para os que
mais precisam.
Sei que as famílias brasileiras se preocupam com a inflação.
Enfrentá-la é nossa prioridade. Ela cairá em 2016, como demonstram
as expectativas dos próprios agentes econômicos.
O governo manteve, no ano de 2015, os investimentos que
realizamos para melhorar a vida dos brasileiros. Por exemplo, foram
cerca de 389 mil moradias entregues e mais de 402 mil contratadas
no Minha Casa, Minha Vida. Quase 14 milhões de famílias receberam o
Bolsa Família.
Oferecemos 906 mil novas vagas em universidades públicas e
privadas e 1,3 milhão no Pronatec. Entregamos 808 km de rodovias,
tanto por meio de obras públicas como pelas concessões privadas.
Autorizamos dez terminais portuários privados, concedemos e
modernizamos aeroportos. Ampliamos a oferta de energia em 5.070
MW.
É hora de viabilizar o crescimento. O plano de concessões em
infraestrutura já é uma realidade. Os leilões de portos,
aeroportos, rodovias e ferrovias vão impulsionar a nossa economia e
contribuirão para a geração de empregos. Não vamos parar por
aí.
É importante ressaltar que em 2015 as instituições da nossa
democracia foram exigidas como nunca e responderam às suas
responsabilidades, preservando a estabilidade institucional do
Brasil.
Todos esses sinais me dão a certeza de que teremos um 2016
melhor. Mesmo injustamente questionada pela tentativa de
impeachment, não alimento mágoas nem rancores. O governo fará de
2016 um ano de diálogo com todos os que desejam construir uma
realidade melhor.
O Brasil é maior do que os interesses individuais e de grupos.
Por isso, quero me empenhar para o que é essencial: um Brasil forte
para todo o povo brasileiro.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
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