Negociação da Campanha Salarial FENTAC e SNEA - Foto: Viviane Barbosa/ Mídia Consulte
Terminou sem avanço a quinta rodada de negociação da Campanha Salarial entre a FENTAC/CUT, que representa 70 mil aeroviários e aeronautas, e o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA), realizada nesta quinta-feira (17), no Hotel Transamérica, em São Paulo. A data-base das categorias é 1º dezembro.
A bancada patronal, coordenada pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, novamente apresentou uma proposta econômica sem reposição da inflação e ganho real, ou seja, impõe perdas no poder de compra dos trabalhadores.
Segundo a proposta patronal, ao invés da reposição integral e retroativa à inflação da data-base, seriam aplicados dois abonos salariais de diferentes percentuais. O primeiro seria 7% e só seria aplicado se a taxa de câmbio em relação ao dólar caísse para 3,50. E um segundo abono no percentual de 4% condicionado à aprovação do projeto de lei do senador Randolfe Rodrigues (AP), que prevê uma alíquota máxima de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) incidente sobre o QAV (Querosene de aviação) de 18%. Hoje essa alíquota máxima é de 25%.
Além disso, as empresas garantiriam estabilidade no trabalho até o momento de pagamento de qualquer um desses abonos e se colocariam à disposição para debater a pauta social dos trabalhadores.
Rejeitada
A bancada dos trabalhadores, representada pela FENTAC/CUT,
rejeitou em mesa essa proposta das empresas aéreas. “Além de
incerta, têm condicionantes que não garantem o reajuste salarial.
Queremos que as empresas reconheçam o que foi produzido pelos
trabalhadores nos últimos 12 meses, com a sua força de trabalho,
que tem assegurado o crescimento da aviação no Brasil”, frisa
Sergio Dias, presidente da Federação.
O diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Rodrigo Spader, acrescenta que essa proposta é “bastante insuficiente” e que a categoria almeja um reajuste digno nos salários e avanços sociais.
Para o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru), Rodrigo Maciel, a proposta patronal não agrada os trabalhadores porque indica conceitos que não são factíveis, ou seja, que não dependem do trabalhador, mas do mercado e do Congresso Nacional.
Já o técnico do Dieese na FENTAC, Mahatma Ramos, entende que essa proposta significa redução nos salários, porque não recompõe o poder de compra e além disso o abono não incorpora na remuneração e nos direitos dos trabalhadores. “Tais condicionantes independem de qualquer ação das empresas, das entidades sindicais de trabalhadores ou do trabalho da categoria”, concluiu.
Contraproposta
A FENTAC/CUT
e os sindicatos filiados dos aeronautas e aeroviários de Guarulhos,
Porto Alegre, Recife, Campinas e da base do Sindicato Nacional dos
Aeroviários irão realizar assembleias nas suas bases em todo o
País, no dia 7 de janeiro de 2016, para construir uma
contraproposta salarial, que será apresentada à bancada patronal na
negociação agendada para o dia 14 de janeiro.
Protestos
A Federação e os sindicatos também definiram que não irão realizar
protestos/paralisações neste fim de ano, em respeito aos
passageiros e ao pedido do vice-presidente do Tribunal Superior do
Trabalho (TST), Ministro Ives Gandra da Silva Martins
Filho.
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