Divulgação
Militantes
da CUT São Paulo e de movimentos parceiros participam de ato
unificado nesta sexta (30), na capital paulista, contra o Projeto
de Lei 5069/2013, de autoria do deputado e presidente da Câmara
federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O PL
vai penalizar as mulheres que sofreram violência sexual e
criminalizará os profissionais de saúde que atenderem essas
vítimas. A manifestação será a partir das 17h30, na Praça do
Ciclista, no final da Av. Paulista com a Rua da
Consolação.
Na
prática, a medida prejudicará todo o atendimento integral às
vítimas de violência sexual, hoje garantido pela Lei 12.845/13,
pois a mera orientação à mulher por um profissional de saúde
passará a ser criminalizada, já que a proposta do PL 5069/13 torna
crime “instigar gestante a usar substância ou objeto abortivo,
instruir ou orientar gestante sobre como praticar aborto, ou
prestar-lhe qualquer auxílio para que o pratique, ainda que sob o
pretexto de redução de danos”.
O PL
determina pena de prisão por cinco a dez anos, se o atendimento
prestado à vítima for feito por agente da saúde pública ou por
profissional de saúde como médico, farmacêutico ou enfermeiro. A
penalidade pode ser aumentada se a mulher for menor de
idade.
A
enfermeira Ana Lúcia Firmino, secretária da Mulher Trabalhadora da
CUT/SP, questiona. "Como negar assistência a uma mulher que, além
do risco da gravidez por estupro, pode pegar o vírus HIV ou uma
hepatite? A hepatite B é tão letal quanto a Aids, a questão é que a
doença não é estigmatizada. O não atendimento fere toda a ética e o
juramento do profissional de saúde".
A
sindicalista explica que, do ponto de vista da infecção, a hepatite
é muito mais complicada porque, no ambiente, esse vírus vive mais
que o do HIV, podendo levar até quatro dias para
morrer.
No
último dia 21, o projeto recebeu 37 votos a favor e 14 contrários
na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. A
tramitação prosseguirá na Casa onde deve passar por mais duas
votações antes de seguir para o Senado.
Dados alarmantes
Em
2014, das 52.957 denúncias de violência recebidas pela Central de
Atendimento à Mulher (Ligue 180) , 1.517 foram de violência sexual
(2,86%).
No
estado de São Paulo, foram 601 estupros até agosto último, sendo
269 casos de estupro de vulnerável, ou seja, com vítimas menores de
14 anos de idade, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública.
No ano passado, dos 916 casos registrados oficialmente, 427 foram
estupros de vulneráveis.
Serviço
Ato
contra o Projeto de Lei 5069/2013
Dia/hora:
30 de outubro, a partir das 17h30
Local:
Praça do Ciclista - final da Av. Paulista com a R. da
Consolação
Acesso
pelo Metrô Consolação (Linha 2-Verde) ou Metrô Paulista (Linha
4-Amarela)
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