Ao cumprir sete dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e ao participar ativamente do debate na Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito dos novos compromissos recentemente estabelecidos pela entidade até 2030, o Brasil se fortalece como líder no cenário internacional.
A avaliação é da pesquisadora daAnis, centro de pesquisa voltado para a produção de conhecimento com intervenção social, Sinara Gumieri. "É uma consolidação desse papel de liderança, que vem com muito poder, com muita condição de influenciar esse debate, mas com muitas responsabilidades", analisa, em entrevista à reportagem do Portal Brasil.
Firmados pelos países-membros da ONU, em 2000, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio constituem agenda importante na esteira da redução das desigualdades e da proteção das garantias de populações em todo o mundo. O Brasil se sobressaiu durante o período estipulado pela organização para que fossem concluídos oito deles.
"O Brasil é muito bem reconhecido na atuação junto aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, especialmente na redução da pobreza e da fome, que foi o objetivo em que, talvez, ele tenha liderado uma atuação inovadora", explica Sinara. "Cumpriu as metas muito antes do prazo, por causa de políticas internas importantes, como políticas de transferência de renda, em que nós somos pioneiros", salientou.
Embora a ONU considere a redução da fome e da pobreza o objetivo mais importante entre os estabelecidos na virada no século, o Brasil destacou-se na agenda como um todo, por meio de políticas públicas que garantiram melhoria de vida a parcelas esquecidas da população.
"A gente teve também uma atuação destacada no objetivo que tratava de Aids, malária e outras doenças. Isso também foi bastante importante no cenário", lembrou Sinara, antes de manifestar otimismo em relação ao papel do País nas novas metas incorporadas pela ONU até 2030.
"Por isso, a gente tem muita expectativa em relação ao que acontece agora, com uma agenda mais ambiciosa, e ao papel que o Brasil vai assumir", completa a pesquisadora.
Líder internacional
Na avaliação de Sinara, a atuação do Brasil em foros multilaterais visa consolidar liderança em outros setores. Por conta do peso econômico, com capacidade de atração de vultosos investimentos internacionais, defende a pesquisadora, o País tem, por vezes, exercido o papel de negociador e intermediado o diálogo entre outras nações.
"Por exemplo, com a África, o Brasil faz uma negociação intensa", disse. "Temos de pensar sobre o imperialismo e a colonização que a gente sofreu para pensarmos em como o Brasil vai atuar no cenário internacional", concluiu Sinara.
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