Arte oficial
O Grito dos Excluídos, mobilização nacional que ocorre, tradicionalmente, no dia 7 de setembro - dia da Independência, tem como lema nesta 21ª edição: “Que país é este, que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”. Os organizadores, entre eles a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), chamam atenção para manifestações recentes no país que pediram a volta da ditadura, para medidas governamentais que reduzem o investimento em áreas sociais e o discurso midiático de criminalização de movimentos sociais.
“Podemos ter a reação de ir à luta para sair da crise ao lado do povo ou podemos ter reação daqueles que querem que o Brasil volte para trás. Nós não estamos do lado daqueles que querem o “quanto pior, melhor”, daqueles que não aceitam a democracia, que não aceitam o resultado das eleições. Queremos criticar para avançar, não criticar para retroceder”, afirmou Dom Pedro Luis Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes, vice-presidente da Regional Sul da CNBB.
Rosilene Wansetto, da coordenação nacional do Grito e da Rede Jubileu Sul Brasil, disse que as manifestações vão ocorrer em todas as capitais, além de cidades do interior. No ano passado, cerca de 200 localidades participaram da mobilização.
Programação
Segundo os organizadores do evento, será divulgado nesta sexta-feira (4) um mapa com as atividades previstas no país. Até o momento estão agendadas mobilizações: São Paulo o ato será na Praça da Sé, às 8h , em Fortaleza acontecerá na Praça Cristo Redentor, às 7h30 e em Piauí ocorrerá em frente à sede da Agespisa, às 7h.
Mídia
O papel da mídia é uma novidade entre os temas escolhidos neste ano. O jornalista Altamiro Borges, autor de A Ditadura da Mídia, lembrou que o próprio Grito, que ocorre desde 1994, com grande adesão, é invisibilizado pelos grandes veículos privados. “Recentemente, a mídia concentrou muitos dos seus holofotes em manifestações que pediam a volta da ditadura”, disse. Borges avalia que a mídia poderia contribuir para a defesa da vida e para o combate à violência, mas faz o contrário. “Ela estimula consumismo patológico. Esse consumismo é gerador de violência. É individualismo exacerbado”, destacou.
O jornalista criticou o uso político-partidário das informações noticiadas, além das questões econômicas que estimulam a busca desenfreada pela audiência. “[Isso] estimula os piores extintos do ser humano. Vai à procura de audiência, e o que dá é falar de violência. Programas policialescos, que ajudam a aumentar a violência”, finaliza.
Redação CNTTL com EBC e Portal Vermelho
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