cartaz oficial do Dia Mundial da Aleitamento - arte-Ministério da Saúde
Começou no sábado (1º) a Semana Mundial do Aleitamento Materno, que
vai até o dia 7 e tem como tema este ano mulheres que trabalham e
amamentam. A iniciativa busca sensibilizar empresas sobre a
importância da amamentação, pois a mulher que amamenta falta menos
ao trabalho uma vez que seu filho adoece menos. Além disso, o bebê
continua recebendo o leite materno, que possui anticorpos que
previnem doenças.
Além desses benefícios, o aleitamento reduz os índices de obesidade
infantil, de infecções digestivas e respiratórias e de alergias
alimentares. Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir
em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de 5
anos. A amamentação também ajuda o útero a recuperar seu tamanho
normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. As chances de
se adquirir diabetes ou desenvolver câncer de mama e de ovário
também diminuem significativamente para mulheres que amamentam.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o
aleitamento materno comece já na sala de parto e que seja exclusivo
e em livre demanda (o bebê mama a quantidade que quer, quando
quer) até o 6º mês e se estenda até 2 anos ou mais. Segundo o
pediatra Moises Chencinski, idealizador do movimento Eu Apoio Leite
Materno e membro do Departamento de Aleitamento Materno da
Sociedade de Pediatria de São Paulo, a estimativa brasileira de
aleitamento materno exclusivo (quando o bebê é alimentado apenas
com o leite da mãe) é de apenas 52 dias.
Volta ao trabalho
Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que 34% das mães de bebês
com menos de um ano e que trabalham fora de casa não amamentam mais
a criança. Já entre as mães que não trabalham fora, esse índice é
menor, 19%.
De acordo com a legislação brasileira, a licença maternidade pode
durar até seis meses mas, para a maioria das trabalhadores, é de
quatro meses apenas. Muitas mulheres, ao voltarem ao trabalho, não
conseguem continuar amamentando e acabam desistindo. A
nutricionista Patrícia Queiroz explica que, com o desmame precoce,
normalmente outro leite é introduzido. “É um leite que não tem os
anticorpos, a vacina – como a gente chama, que vem do leite humano,
que é uma substância viva”.
Ao retornar ao trabalho, para que a amamentação seja mantida pelo
menos até o 6º mês de vida do bebê, a legislação (Artigo 396 da
CLT) prevê ainda períodos de pausa no trabalho para que a mulher
amamente ou retire leite para seu filho. São duas pausas, de meia
hora cada uma, que não se confundem com os intervalos normais de
repouso e alimentação. A mulher pode, inclusive, combinar com a
chefia para chegar meia hora depois e sair meia hora antes do
horário de trabalho ou ainda acumular os períodos e tirar uma hora
por dia.
Para estimular a continuidade da amamentação ao voltar ao trabalho,
o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) lançaram em 2010 uma nota técnica com orientações para as
empresas instalarem salas de apoio à amamentação. As salas são
espaços dentro da empresa onde a mulher pode, com conforto,
privacidade e segurança, esvaziar as mamas, armazenando seu leite
em frascos previamente esterilizados para, em outro momento,
oferecê-lo ao seu filho. Esse leite é mantido em um freezer a uma
temperatura controlada até o fim do dia. Cada recipiente é
etiquetado e identificando o nome da mãe, a data e a hora da
coleta. No fim do expediente, a mulher pode levar seu leite para
casa para que seja oferecido ao filho ou pode ainda doá-lo a um
Banco de Leite Humano.
Mamaços
Como parte das comemorações da Semana Mundial de Aleitamento
Materno, mamaços estão sendo organizados em diversas cidades do
mundo. Os mamaços são manifestações para sensibilizar a sociedade
sobre a importância do aleitamento materno natural. Estes eventos
reúnem mulheres que estão amamentado em um mesmo local e horário
para que amamentem pública e conjuntamente seus filhos. Eles
surgiram a partir do incômodo de mulheres que se sentiam
constrangidas ao amamentarem seus filhos em locais públicos.
Além dos mamaços, outra iniciativa também tem ganhado força são as
brelfies. O termo mistura as palavras breast (mama, em inglês) e
selfie e são, portanto, fotos feitas por mulheres que estão
amamentando e que têm o objetivo de mostrar que o aleitamento é
algo normal e natural.
Redação CNTTL com Agência Brasil
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