Roberto Stuckert
A presidenta Dilma Rousseff anunciou, na terça-feira (30), uma série de metas e compromissos históricos sobre mudanças climáticas com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Os dois países acertaram que, até o ano de 2030, vão aumentar em 20% a participação de fontes renováveis em suas matrizes energéticas – sem contar a produção de hidrelétricas.
De sua parte, o Brasil decidiu que vai reflorestar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas até 2030. Dilma também disse que o governo vai trabalhar para zerar o desmatamento ilegal. O prazo para ambos objetivos é o ano de 2030. Já os Estados Unidos se comprometeram a reduzir em 28% suas emissões de gases estufa até 2025, em comparação aos níveis de 2005.
"A mudança do clima é um dos desafios centrais do século 21. E nós temos um grande objetivo que é, primeiro, assegurar na matriz energética de cada um dos países a presença de fontes renováveis", disse a presidenta, em declaração à imprensa após a reunião de trabalho na Casa Branca com Barack Obama.
“É uma área essencial para nós: colaborar, também, em eficiência energética. Nós estamos comprometidos com adoção de grids inteligentes; estamos comprometidos com consumos mínimos de energia; estamos comprometidos com equipamentos e prédios eficientes”, afirmou a presidenta. “Com a redução da emissão de gases do efeito estufa, é possível impedir que a temperatura global tenha um aumento de 2o C.”
“Queremos ir além das hidrelétricas e aumentar essa participação nas fontes renováveis”, afirmou Obama, ressaltando que acredita em resultados muito bons da Conferência de Paris sobre Mudança do Clima, no final deste ano.
Barack Obama elogiou a liderança brasileira nas discussões
climáticas e nos debates econômicos do G20 (grupo das vintes
economias mais importantes do mundo). “O Brasil, nós encaramos como
uma potência global, e não apenas regional [na América Latina]”,
avaliou.
Exportações
Em sua declaração, Dilma disse que a recuperação econômica dos
Estados Unidos, após a crise global de 2008, é essencial para o
restante do mundo. Segundo, os dois países podem aumentar o
comércio bilateral com medidas que reduzem as barreiras sanitárias
(que apontam riscos à saúde em certos produtos) e a burocracia no
trâmite de exportações e importações.
“Podemos dobrar a corrente de comércio entre os dois países [soma de exportações e importações] no prazo de uma década”, avaliou Dilma.
A presidenta brasileira reforçou o interesse do Brasil em ter investidores dos Estados Unidos na nova etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançada no começo de junho. Segundo ela, o governo vem fortalecendo neste ano a política macroeconômica (controle da inflação, equilíbrio das contas públicas para diminuir os riscos dos investidores que apostam em projetos no Brasil.
“ Contamos e agradecemos ao presidente Obama, esse empenho na presença de investidores americanos neste processo. Eu queria dizer, também, que nós temos realizado uma frutífera relação entre os governos e os empresários”, acrescentou Dilma.
Barack Obama sinalizou que os norte-americanos acompanham o
programa com atenção e veem oportunidades com o programa brasileiro
que prevê um investimento de R$ 198 bilhões nos próximos anos. “As
empresas dos Estados Unidos terão mais condições de concorrer a
essas concessões rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, gerando
mais empregos”, salientou.
Tecnologia
Dilma citou ainda os acordos assinados com os Estados Unidos, durante a visita oficial, nas áreas de Defesa, Educação e Tecnologia. Amanhã, quarta-feira (1o), a presidenta tem uma extensa agenda na cidade de São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia. Ela participa de reuniões na Universidade de Stanford e visita os centros de pesquisa da Nasa e da empresa Google.
“Temos ambição de colocar a inovação tecnológica como um temas centrais da agenda entre os dois países”, afirmou Dilma. Nesta viagem, foi assinado, por exemplo, um acordo de cooperação em ensino técnico entre o Ministério da Educação (MEC) e o Departamento de Educação dos EUA. A presidenta fez questão de lembrar que as universidades dos Estados Unidos são as que mais recebem estudantes do programa Ciência sem Fronteiras.
Do Portal Brasil
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