divulgação
Após o endurecimento da Lei Seca,
em 2012, o percentual de adultos que admitem beber e dirigir nas
capitais do País caiu 16%, segundo dados do Vigitel 2014. No último
ano, 5,9% dos brasileiros dizem ainda manter o hábito de conduzir
veículos motorizados após o consumo de qualquer quantidade de
álcool – o que indica uma queda em relação a 2012, quando 7% dos
entrevistados referiram cometer a infração. Os homens (10,7%)
assumem mais os riscos da combinação álcool e direção do que as
mulheres (1,7%). Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE) se
destacam como as capitais com o menor percentual de entrevistados
que referiu dirigir depois de beber (3%), enquanto Florianópolis
(SC) e Palmas tiveram a maior proporção (14%) e (11%),
respectivamente.
A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) é um levantamento feito
em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, divulgado
anualmente. Os dados trazem um diagnóstico da saúde do brasileiro a
partir de questionamentos sobre os hábitos da
população.
Outro número que pode indicar um resultado positivo da aplicação da Lei é a redução, pela primeira vez em dez anos, é o de mortos no trânsito no País. Entre 2012 e 2013, o número de óbitos por vítimas de acidentes de trânsito passou de 44.812 para 42.266 – queda de 5,7%. Com isso, a taxa de mortalidade também diminuiu 6,5% em um ano, passando de 22,5 mortos por 100 mil habitantes em 2012 para 21, em 2013.
“É possível observar que a direção
veicular após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica
apresentou queda depois da implantação de dispositivos legais e da
adoção de uma fiscalização mais rigorosa. No entanto, os jovens do
sexo masculino ainda são o grupo mais crítico, principalmente na
faixa etária entre 25 e 34 anos”, afirma a diretora do Departamento
de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério
da Saúde, Deborah Malta. Segundo o Vigitel, o percentual de
brasileiros que admite beber e dirigir nesse grupo é de 9,8%, bem
acima da média nacional.
Baixa tolerância para álcool
Atualmente, o Brasil é um dos 25 países do mundo que estabeleceram a tolerância zero para o consumo de bebida alcóolica por motoristas e um dos 130 que usam o teste do bafômetro como forma de garantia do cumprimento da lei, de acordo com o relatório global da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre álcool e saúde (Global Status Report on Alcohol and Health 2014).
Desde 2008, na avaliação da OMS, os
países têm tido progresso na implantação de leis que estabelecem
baixa tolerância para álcool. Nos últimos sete anos, outros 89
países adotaram um limite abaixo de 0,05 gramas por decilitro de
álcool presente no sangue dos motoristas – o que significa proteção
para 4,5 bilhões de pessoas – cerca de 66% da população
mundial.
Segundo a Organização, a aplicação de leis proibitivas se mostra
mais eficaz quando são combinadas com medidas de fiscalização
realizadas em locais e horários mais prováveis de ocorrer a mistura
álcool/direção. Para a entidade, a percepção dos motoristas de que
podem ser autuados é a chave para o sucesso da ação.
Road Safety
Em novembro, o Brasil sedia a “2ª
Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito –
Tempo de Resultados” - evento que deve reunir 1,5 mil participantes
de cerca de 150 países-membros da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Brasília (DF). O encontro terá entre os objetivos avaliar
o andamento das iniciativas para redução das mortes e lesões
ocorridas no trânsito em todo o mundo, estabelecidas pela Década de
Ação para a Segurança no Trânsito, que vai de 2011 a
2020.
A meta assumida pelos países é salvar cinco milhões de vidas no
planeta até 2020 por meio da adoção, pelos países signatários do
pacto, de políticas, programas, ações e legislações que aumentem a
segurança nas vias especialmente para pedestres, ciclistas e
motociclistas - que correspondem a mais da metade das estatísticas
sobre mortes no trânsito, segundo a OMS. O objetivo do Plano Global
é que, ao final da Década de Ação, aumente em 50% o número de
países com legislações abrangentes acerca do tema.
Mortes no trânsito
No Brasil, em 2013, 42.291 pessoas
perderam a vida em acidentes de trânsito. De acordo com os dados
mais recentes da Polícia Rodoviária Federal, em 2014, 508 morreram
nas rodovias brasileiras em razão de acidentes nos quais houve
envolvimento de motoristas alcoolizados. Em 2015, até abril, as
mortes contabilizadas pela PRF com esse tipo de ocorrência já
chegam a 146. Outras 1.901 pessoas ficaram feridas gravemente em
função da mistura álcool/direção em 2014; em 2015, até abril, já
são registrados 552 feridos. Os acidentes ocorridos por influência
do álcool registrados vêm caindo. Em 2014 foram 7.391, contra os
7.526 de 2013 e 7.594 em 2012. Em 2015, até abril, são 2.220
acidentes nas estradas ocasionados por uso de bebida alcóolica.
De acordo com as estimativas da OMS, a cada ano 1,2 milhão de
pessoas são mortas em todo o mundo e entre 30 e 50 milhões ficam
feridas. Os óbitos ocorrem principalmente entre crianças e jovens
na faixa etária de cinco a 29 anos, sendo que os jovens do sexo
masculino são as principais vítimas. Os custos globais econômicos
calculados são de US$ 1,8 trilhão anuais.
Do Portal Brasil
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