A CUT também estava
presente na galeria da Câmara dos Deputados quarta-feira (6), mas
recebeu apenas 25 senhas para entrar. A outra central ocupou todas
as demais cadeiras. A decisão partiu do presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, coincidentemente, esteve no
1º de Maio da Força Sindical.
O mesmo Cunha que em dia 22 de abril impediu o acesso do presidente
da CUT, Vagner Freitas, à “Casa do Povo”. Conforme reportagem da
Carta Capital, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) tentou interceder
pelo dirigente junto ao parlamentar, mas ouviu o seguinte. “Esse
presidente da CUT não entra aqui de jeito nenhum.”
Já na sessão de votação do PL 4330, o deputado se referiu à CUT
como “vândalos” que “não merecem estar nessa galeria”.
Para Vagner Freitas, a situação não surpreende diante da postura
autoritária que Cunha adota desde sua eleição. “Enquanto uma
central apanha, a outra tem acesso livre às galerias. Esse deputado
age como um imperador, mas não vai frear a nossa mobilização”,
apontou.
Ajuste é equívoco
Na próxima semana, quando a MP 664, que ataca os direitos ao
auxílio doença e pensão por morte voltar à pauta a CUT estará
novamente no Congresso Nacional.
Para Vagner, a primeira pergunta é por que e para quem será feito o
ajuste fiscal. “Ao longo dos tempos, ajustes fiscais são parte
de um receituário neoliberal que usa o pretexto de equilibrar as
contas do Estado para retirar direitos dos trabalhadores e cortas
investimentos públicos no país. O Plano Levy (em referência a
Joaquim Levy, ministro da Fazenda) quer jogar na recessão para
depois reconstruir e isso é um tremendo equívoco que não
permitiremos”, criticou Vagner.
Essa receita, destacou Vagner, inclui outros ingredientes que tem
sido jogados no caldeirão da recessão, como o aumento da taxa de
juros, a diminuição do crédito da Caixa para compra de imóveis e a
restrição do acesso ao FIES (Fundo de Financiamento
Estudantil).
O dirigente questionou também o processo de construção das medidas,
que não ouviu as centrais sindicais e, por isso, miram apenas em
quem trabalha e gera renda, excluindo os especuladores de qualquer
sacrifício para o tal equilíbrio fiscal.
Vagner afirmou ainda que a Central lançará uma plataforma com
propostas dos trabalhadores e economistas do campo progressista
para se contrapor ao atual Plano Levy aplaudido pelo
Congresso mais conservador desde 1964.
“Onde estão as medidas para taxar as grandes fortunas e as remessas
de lucro? Essa é uma pergunta que a CUT fará e cobrará do governo”,
disse.
Da CUT
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