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Quem garantiu que o Projeto de Lei 4330, da terceirização, que
precariza as condições de trabalho e retira direitos da classe
trabalhadora, não vai tramitar da mesma forma acelerada e açodada
como ocorreu na Câmara dos Deputados, foi o próprio Renan
Calheiros, presidente do Senado, em audiência realizada na
terça-feira (28) com a CUT, a CTB, NCST e a UGT.
Renan está convicto que o PL 4330 não regulamenta a situação dos
12,7 milhões de terceirizados. Ele concordou totalmente com o
presidente da CUT, Vagner Freitas, que vem dizendo já há alguns
meses e reafirmou durante a audiência que o objetivo desse projeto
é, na verdade, precarizar os outros quase 40 milhões de
trabalhadores com contratos diretos com as empresas.
"O que eles querem é desregulamentar toda a legislação trabalhista
brasileira. O Brasil tem alguns valores importantes que a gente foi
construindo ao longo da história. Getúlio Vargas deixou um legado,
a carteira assinada e a CLT que agora corremos risco de perder",
pontuou Vagner.
O dirigente explicou a Renan que pediu a audiência porque o Senado
é uma câmara revisora, onde é possível construir um PL para
regulamentar a vida dos 12,7 milhões de terceirizados. Vagner
também disse a Renan que seria muito importante que ele costurasse
um acordo com os partidos da coalizão em torno da proposta. E, por
último, solicitou que, no debate sobre a terceirização no Senado, o
presidente abrisse as galerias.
"É fundamental que a gente possa expor nossa posição de forma
democrática", argumentou Vagner.
Renan garantiu que o debate em torno do PL 4330 será criterioso,
transparente e a casa vai estar aberta. "Eu não tenho compromisso
com o cronograma de negociação", disse o presidente do Senado, em
referência à pressa com que o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, quer encerrar a tramitação do projeto.
Para Renan, se a terceirização da atividade-fim for aprovada, o
país terá um novo modelo de desenvolvimento que não privilegia os
direitos dos trabalhadores e, sim, a precarização.
O Senado tem a exata responsabilidade quanto ao tema e vai
discutir o PL 4330 com debates públicos quantas vezes forem
necessárias.
Da CUT
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