Foto: divulgação
Em seu primeiro discurso após o anúncio da vitória do segundo turno no domingo (26), a presidenta Dilma Rousseff (PT) prometeu executar com prioridade a reforma política, alvo de plebiscito antes do primeiro turno.
“A palavra mais repetida, mais dita, mais falada, mais dominante foi mudança. O tema mais amplamente invocado foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida à Presidência para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige. Dentre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política”, afirmou Dilma, ao lado de aliados políticos como o presidente do PT, Rui Falcão, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A fala da presidenta foi interrompida por gritos de eleitores presentes que protestavam contra a Globo: “O povo não é bobo! Abaixo a Rede Globo!”. Os gritos foram ouvidos tanto na transmissão da Globo News como na da própria TV Globo.
“Meu compromisso, como ficou claro durante toda a campanha, é deflagrar essa reforma que é responsabilidade institucional do Congresso e que deve mobilizar a sociedade em um plebiscito por meio de uma consulta popular. Com essa consulta, o plebiscito, vamos encontrar força e legitimidade exigidos no meio desse momento de transformação para levar à frente a reforma política”, disse a presidenta ao garantir que debaterá o tema com parlamentares, movimentos sociais e representantes da sociedade civil.
Depois de uma campanha eleitoral marcada pela troca de acusações de corrupção e irregularidades, Dilma prometeu ainda combater de forma efetiva a corrupção. “Falar da reforma política não significa que eu não saiba a importância das demais reformas que temos de promover”, lembrou a presidenta antes de reclamar do microfone no qual falava (“Oh, gente, esse microfone está uma beleza, hein”). “Terei um compromisso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo as instituições de controle e propondo mudança na legislação atual para acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção”.
Em resposta a críticas à política econômica de seu governo, a presidenta prometeu ainda solucionar problemas no setor com “ações localizadas” a fim de se retomar o “ritmo de crescimento, garantir os níveis altos de emprego e assegurando também a valorização dos salários”. Além de prometer impulso ao setor industrial, ela prometeu ainda combater “com rigor” a inflação em sua fala marcada por interrupções dos gritos de comemoração da militância.
No discurso, que teve início com agradecimentos aos presidentes dos partidos de sua coligação – como Carlos Lupi (PDT), José Renato Rabelo (PCdoB), Ciro Nogueira (PP), Vitor Paulo (PRB), Antonio Carlos Rodrigues (PR), Gilberto Kassab (PSD), Euripedes Junior (PROS) – Dilma prestou um agradecimento especial ao ex-presidente Lula, a quem chamou de "militante número 1 das causa do povo e do Brasil".
Ela negou rumores de que a eleição, especialmente o segundo turno, tenham polarizado o eleitorado brasileiro e pediu que a sociedade brasileira se una. “Não acredito, sinceramente, do fundo do meu coração, não acredito que essas eleições tenham dividido o País ao meio. Em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança de que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção de pontes. O calor liberado no fragor da disputa pode e deve agora se transformar em energia construtiva de um novo momento no Brasil”, disse.
Apesar de não ter citado a vitória do PT sobre o PSDB nem o nome de seu adversário Aécio Neves, a presidenta conclamou a nação a uma união capaz de fazer o País chegar a um consenso. “Algumas vezes na história resultados apertados produziram mudanças mais fortes e mais rápidas do que vitorias muito amplas. É essa a minha esperança, ou melhor, a minha certeza do que vai ocorrer a partir de agora no Brasil. O debate, o embate das ideias, o choque de posições pode produzir espaços de consenso. (...) Minhas primeiras palavras são, portanto, de chamamento à paz e à união”, declarou Dilma como promessa de seu segundo mandato.
Com informações da CUT
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