Jaci Afonso: Educação para consciência, segundo Paulo Freire

Leia a seguir, o artigo do Secretário de Organização e Política Sindical da CUT


Publicação: 22/09/2014
Imagem de Jaci Afonso: Educação para consciência, segundo Paulo Freire

Foto: divulgação

Paulo Freire afirmava que "não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".

Em 19 de setembro de 1921 nascia em Recife - PE um dos mais notórios pensadores da educação no Brasil. Referência mundial, Freire criou a Pedagogia do Oprimido, que se tornou um movimento educacional como forma de mobilização social.

Educador comprometido com a vida, para muito além de ideais, pensa a existência. A práxis da liberdade construída por ele colocava em xeque o conceito de que a democracia se dava apenas com participação da população pelo voto, manipulado pelos lideres conservadores e populistas. A organização dos movimentos de cultura popular provoca o surgimento de diversos mecanismos de intervenção política e social de mobilização e conscientização das massas.

Paulo Freire dizia que enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação libertadora tem a intenção de inquietá-los. Os Círculos de Cultura criados por ele para alfabetizar a população a partir da realidade tinha o objetivo de as pessoas aprenderem a ler mais do que palavras: ler a vida, ler o mundo. Com um pensamento pedagógico assumidamente político, apontava que educar é conscientizar, é instrumentalizar a parcela mais desfavorecida da sociedade para entender sua situação de oprimida e agir em favor da própria libertação.

A teoria e a prática freirianas, cujo eixo principal e fundante era o diálogo nascido na prática e enraizado na liberdade, que organizou grupos para a alfabetização de um sem número de pessoas, levaram João Goulart a nomeá-lo coordenador do Programa Nacional de Alfabetização.

Os também notáveis educadores Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, fundadores da Universidade de Brasília, atuaram em defesa da democratização do ensino brasileiro, com a universalização da escola pública, laica e gratuita. O primeiro foi o criador e o primeiro diretor da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), a qual dirigiu até o golpe de 1964. Darcy Ribeiro foi ministro da Educação e chefe da Casa Civil do Governo João Goulart.

O golpe militar de 1964 ceifou as práticas revolucionárias dessas três referências em educação, expulsos do país, abortando um processo que poderia ter nos trazido a evolução educacional com que tanto sonhamos ainda hoje.

Quero, nesse dia em que Paulo Freire completaria 93 anos, prestar-lhe a merecida homenagem. Quero também refletir sobre os avanços conquistados pela luta das trabalhadoras e trabalhadores em educação juntamente com parcela significativa da população organizada e sobre a importância da percepção sobre o momento crucial da conjuntura brasileira. O Governo brasileiro nos últimos 12 anos, com seus programas sociais, resgatou milhares e milhares de pessoas da pobreza extrema e incluiu nas escolas milhões de crianças e adolescentes. Garantiu questões importantes com a aprovação do Plano Nacional de Educação e com a destinação de parcela significativa dos recursos do pré-sal para a educação.

Faz-se importante registrar que a luta por uma educação de qualidade e pública foi capitaneada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE, que realiza de 17 a 19 de setembro, exatamente em Recife, a Conferência da Rede de Trabalhadoras da Educação da Internacional da Educação da América Latina, reunindo representantes de entidades de 15 países, filiadas à Internacional da Educação da América Latina. A abertura do evento se deu com um grande ato em homenagem a Paulo Freire, que contou com mais de 300 educadores reunidos em frente à escultura do educador na Universidade Federal de Pernambuco.

Reconhecemos a necessidade de avanços, mas temos certeza de que os investimentos necessários, instrumentos pelo quais tanto lutamos, estão dados para que a educação pública de qualidade seja implementada.

Porém, nesta eleição para a Presidência da República a democratização da educação e os recursos a ela destinados estão em jogo. Não podemos permitir retrocessos. É inadmissível que em nome de compromissos de campanha assumidos com banqueiros e produtores de cana-de-açúcar, escondidos pela cortina de fumaça da defesa do meio ambiente, a produção do pré-sal seja diminuída e, em consequência, os recursos para a educação se tornem exíguos. Está claro que a candidata à reeleição, a presidenta Dilma Rousseff é a garantia da destinação dos recursos previstos para a educação e dos avanços ainda necessários para nossa educação se aproximar daquela que sonhava Paulo Freire.

E mais que isso, ela afirma que a educação terá primazia em seu próximo mandato. Diz que a "política educacional atual que busca de forma integrada melhorar todos os níveis de ensino, da creche até a pós-graduação" terá cinco prioridades: Colocar as crianças desde cedo nas creches e nas pré-escolas; alfabetizá-las na idade certa; expandir o ensino de tempo integral; ampliar o acesso dos jovens ao ensino superior e profissionalizante e valorizar o professor. As portas do futuro estão abertas com a garantia - dada por lei – de que grande parte das riquezas geradas pelo petróleo no pré-sal sejam investidas na educação. Com Dilma Presidenta a política educacional global, integral e inclusiva para que todos os brasileiros de todas as classes sociais tenham acesso à educação de qualidade está afiançada.

As valiosas reflexões de Paulo Freire sobre a libertação dos oprimidos pela educação pública, laica e de qualidade, nos convoca a tomar uma posição clara e corajosa nessas eleições. Afinal, as educadoras e os educadores do Brasil querem avanços ou querem retrocessos? É o momento de dar essa resposta reelegendo Dilma Presidenta.

 



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