Estudo do Dieese na FENTAC mostra crescimento da receita das companhias aéreas

O levantamento traz subsídios para a Campanha Salarial dos aeroviários e aeronautas


Publicação: 15/09/2014
Imagem de Estudo do Dieese na FENTAC mostra crescimento da receita das companhias aéreas

Jadel Leal, Mahatma Ramos, do Dieese na FENTAC, e a diretora de comunicação do Sindigru, Débora Cavalcanti - foto: Beatriz Chaves- Mídia Consulte

A aviação comercial no mundo completou 100 anos neste ano e os dados no Brasil são animadores. É o que revela um estudo inédito da Subseção do Departamento de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) na FENTAC divulgado pelo  economista, Jadel Leal, e o sociólogo, Mahatma Ramos no Seminário de Planejamento da Campanha Salarial, realizado nos dias 11 e 12 de setembro, em São Paulo.

Segundo o estudo, a aviação civil brasileira, que faz parte da categoria de Serviços, registrou crescimento nominal da receita de 5,7%, em junho de 2014, em comparação com junho de 2013. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), elaborada pelo IBGE. Ainda sobre o dado, a receita nominal dos serviços de “transporte aéreo” aumentaram 4,5% no mês de junho, após registrarem variações vigorosas nos meses de abril (18,3%) e maio (16,5%). Com isso, os serviços de transporte aéreo acumularam expansão de 14,0% na receita nominal, no primeiro semestre de 2014, e 15,9% nos últimos 12 meses, findos em junho. "Desempenho extraordinariamente superior ao da economia", ressalta Mahatma.

Passageiros
Outro dado positivo é a demanda por transporte aéreo de passageiros, conhecida pela sigla RPK (Passageiro Km pago e transportado). “Nos últimos 11 anos, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas por um País, variou 49,6%, em termos nominais, enquanto a demanda no setor aéreo (RPK) subiu 165%, ou seja, três vezes mais que a economia no geral”, explica Mahatma.

Ele relata que no período entre 2006 a 2014, o crescimento de passageiros transportados foi de 51,4%, que passaram de 30,3 milhões (2006) para 59 milhões, no primeiro semestre de 2014.

Geração de empregos

A evolução do total de empregos no setor de aviação no Brasil também é outro aspecto relevante. Dados do Dieese mostram que cresceram  94,6% no período entre 2006 e 2012, segundo o Anuário do Transporte Aéreo da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC). O maior número de contratações foi de aeroviários, que passou de 23.635 (2006) para 50.734 (2012), um crescimento de 114,7%.  Já o de aeronautas o incremento foi de 54,8%, saindo de um total de 11.893 trabalhadores para 18.409.

Ganho real

O estudo do Dieese municiará a Campanha Salarial da FENTAC  a  reivindicar das companhias aéreas reajustes salariais acima da inflação. O economista, Jadel Leal, destaca que os trabalhadores na aviação civil têm que acompanhar os ganhos e avanços das empresas aéreas, tanto do ponto de vista técnico, científico e financeiro.  “A sociedade vive uma onda de melhora na renda. No primeiro semestre de 2014, 93% das negociações de reajustes salariais coletivos na indústria, comércio e serviços tiveram aumento acima da inflação. Os trabalhadores do setor aéreo não podem ficar de fora”, conta.

Leal explica que o Brasil superou aquela fase de esperar o bolo crescer -- frase do economista Delfim Neto – para distribuir a renda. “Agora estamos em uma fase, e espero que não se interrompa, de crescermos juntos com o País. As empresas aéreas têm que se inserirem neste contexto”, aponta.

O economista disse que assim como as companhias alegam que têm seus custos, com combustíveis ou gastos gerais, e depois repassam para os preços das passagens, os trabalhadores também têm os seus. “A valorização no salário é fundamental para melhorar a qualidade de vida e de trabalho do aeroviário e aeronauta”, finaliza.

Aviação no mundo

A aviação comercial mundial, responsável pela circulação de passageiros, cargas e negócios, transportou cerca de três bilhões de passageiros no último ano, o que significa aproximadamente 29 milhões de voos anuais. O setor emprega em torno de 57 milhões de trabalhadores ao redor do planeta e movimenta US$ 2,2 trilhões na economia mundial.

Com informações da FENTAC

 



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