Bolsonaro na maçonaria traz indignação a apoiadores e elos com facada em 2018

Assunto dos mais comentados no dia, vídeos de Bolsonaro em templos da maçonaria indignaram bolsonaristas e reacenderam o episódio da facada em 2018

Por: Por Redação RBA
Publicação: 04/10/2022
Imagem de Bolsonaro na maçonaria traz indignação a apoiadores e elos com facada em 2018

Assunto dos mais comentados nesta terça-feira (4), um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro aparece em uma loja da maçonaria trouxe indignação aos bolsonaristas religiosos, especialmente evangélicos. Mais preocupados com a religião e costumes do que com problemas concretos e objetivos do país, como a fome, o desemprego, a crise econômica e a má gestão da pandemia de covid-19, que em números oficiais matou perto de 690 mil brasileiros, bolsonaristas foram às redes associar o presidente e a maçonaria ao satanismo. E alguns até demonstraram arrependimento pelo apoio ao candidato à reeleição pelo PL.

O vídeo aparentemente anterior à chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto, em que dizia que tinha resolvido “percorrer o país para conhecer os problemas”, motivou diversas outras postagens. Inclusive algumas, mais recentes, como a que mostra que Bolsonaro continua frequentando a maçonaria.

 

Outros posts voltaram a circular, reacenderam o debate sobre a verdade do episódio em que Bolsonaro teria sido vítima de uma facada, num ainda nebuloso atentado ocorrido em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

O bombeiro militar, pastor evangélico e político Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, o Cabo Daciolo, afirma que a facada foi uma ação planejada pela maçonaria. “Vou dizer o que eu, Daciolo, acho. Está no meu coração, que Deus colocou no meu coração, o que vou revelar agora: eu não acredito em facada de Bolsonaro coisa nenhuma. Eu não acredito. Cabo Daciolo não acredita. Eu não acredito. Vou dizer no que eu acredito: Bolsonaro tinha de fazer uma cirurgia, Bolsonaro tinha de fazer uma cirurgia. E aí a maçonaria, junto com a nova ordem mundial, montou todo esse espetáculo aí. É o que eu acredito, o que está no meu coração”, disse, em vídeo divulgado no início deste ano em seu canal no YouTube.

Daciolo disse mais: “Se isso for de Deus, tudo isso que estou falando aqui, isso vai cair por terra. Observa que logo depois da facada, logo no dia seguinte, Silas Malafaia estava dentro do hospital convocando todo o povo, era 7 de setembro, né? Dia importante pra nação, pra fazer parte dessa caminhada aí desse governo maçom”.

 

A ligação de Bolsonaro com a maçonaria, e dos maçons com a facada é mais antiga. Em maio de 2019, reportagem do jornal O Globo sobre avaliação psiquiátrica feita a pedido da Justiça mostrou que Adélio Bispo de Oliveira, o autor do golpe a faca que teria atingido Bolsonaro, alegou que o então candidato fazia parte de “uma conspiração maçônica para destruir o Brasil”.

Nem é nova a agenda de apoio das lojas maçônicas a Bolsonaro. Em 15 de setembro ele participou do Segundo Encontro de Lideranças Empresariais Maçônicas, em São Paulo. Organizada pela Associação Comercial do estado, estava prevista a participação de 1.200 empresários. O encontro foi descrito como “oportunidade única de encontrar parceiros comerciais, clientes e fornecedores”.

O cientista social Leonardo Rossato lembrou em seu perfil no Twitter que, em 2019, os maçons já estavam dando apoio oficial a Bolsonaro sem que ninguém nada dissesse.

 



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