Francisco Lemos,presidente do SINA - reprodução vídeo YT
Com a finalidade de debater estratégias para barrar o leilão do
Aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul de São Paulo, o
Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA) realizará nesta
sexta-feira, dia (5/8), assembleia com a categoria.
Funcionários da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária) e moradores da região participarão da reunião, que
será às 14h, no auditório do Aeroporto. Os aeroportos de
Congonhas e Campo de Marte, em Campinas, estão incluídos na 7ª
rodada de concessões aeroportuárias do governo federal, que
totaliza 15 unidades em todo o Brasil.
Considerada a “joia da coroa”, Congonhas está mira do governo Bolsonaro que pretende “leiloá-lo” daqui a duas semanas, em 18 de agosto.
Leilão é precipitado
Para o presidente do SINA, Francisco Lemos, esse leilão é
precipitado e deveria ser prorrogado para que se possa aprofundar o
debate com todos os setores envolvidos: Sindicato, associações
de moradores e lojistas. “Temos que alertar o passageiro que é um
crime como estão conduzindo o leilão do Aeroporto de Congonhas”,
frisa o sindicalista.
O Sindicato já ingressou com processos civis nos Ministérios
Públicos Federal e Estadual, também solicitou o adiamento
do leilão em audiências públicas na Alesp (Assembleia
Legislativa de São Paulo) e está conversando com a deputada Erika
Kokay (PT-DF) para que ajude a sensibilizar o Congresso a suspender
essa venda no dia 18.
Lemos explica que caso aconteça esse leilão os direitos dos
aeroportuários estão ameaçados. “Vocês acham que continuarão
com os planos de saúde, odontológico e com cláusulas do acordo
coletivo da Infraero? Se venderem, a Infraero não terá como pagar
mais. Vocês acham que o ministro Paulo Guedes irá colocar aporte
mensal de dinheiro na Infraero para pagar esses direitos, isso já
era", desabafa Lemos em vídeo à categoria.
O dirigente também alerta que quem comprar o Aeroporto promete
aumentar as operações em 36%. Isso causará um impacto proporcional
também no trânsito já caótico da região e na mobilidade daqueles
que residem, trabalham e trafegam por aquele canto da cidade de São
Paulo.
“Além do aumento da criminalidade no aeroporto e no seu entorno,
porque, uma vez transformado em internacional, passa a ser mais uma
porta de evasão de divisas e tráfico internacional de armas e
drogas", explica Lemos.
Previsão de arrecadação
De acordo com a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o
aeródromo de Congonhas está no bloco SP-MS-PA-MG, que inclui ainda
os equipamentos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, no Mato
Grosso do Sul; Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará;
Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais.
A contribuição inicial mínima é de R$ 740,1 milhões. O valor
estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões. Os
aeroportos desse bloco são praticamente os últimos administrados
pela Infraero.
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