foto sede
A qualquer momento desta primeira semana de agosto pode
acontecer a ação de despejo do Sindicato dos Metroviários de São
Paulo, localizado na zona leste da capital paulista, entre as
estações Carrão e Tatuapé da linha 3-vermelha do Metrô.
A categoria espera barrar a entrega da sede do sindicato. Em leilão
realizado pelo governo de João Doria (PSDB), no dia 28 de maio, a
sede foi vendida por R$ 14,4 milhões para a empresa UNI 28
SPE.
O sindicato repudia a venda e fez uma queixa-crime à polícia para
anular o leilão. Segundo a entidade, há irregularidades, como o
fato de a atual diretora da UNI 28, Milena Alves Siqueira, ser
esposa do coordenador de Gestão de Contratos do Metrô, Mauricio
Teixeira Soares.
Os metroviários cobram investigação e a anulação imediata do
leilão. A Porte Engenharia é a dona da UNI 28 SPE, criada pelo
empresário Marco Antonio Melro.
Os trabalhadores enfrentam, segundo o diretor do Sindicato dos
Metroviários, Marcos Freire, uma dupla batalha neste momento, seja
por causa da manutenção da sede da entidade, seja porque a
resistência a isso se dá em meio a uma campanha salarial por
garantia de direitos, mas sem abertura de diálogo por parte do
governo paulista.
“Doria quer retirar nossa sede e vem em um processo de privatização
que é a grande lógica dele. Atacar o sindicato facilita essa linha
de entrega do patrimônio público e do sistema ferroviário. Isso vem
desde o governo [de Geraldo] Alckmin, com a proposta de privatizar
linhas do Metrô como a 5-Lilás e a 4-Amarela. A CPTM vive a mesma
situação. O governo quer avançar com as privatizações de todas as
linhas que estão sob a gestão pública”, afirma.
Freire aponta como característica dos governos ligados ao PSDB o
ataque às organizações sindicais, em especial às que fazem o
enfrentamento contra a entrega dos patrimônios públicos.
“O governo paulista vai destruindo os direitos, fazendo de tudo
para enfraquecer a categoria, sucatear nossas riquezas e promover a
venda. Desde maio, tem sido árdua a nossa luta para manter nossa
sede. O que ele faz hoje com os metroviários, ele certamente fará
amanhã com outros sindicatos. Ele não vai parar”, diz.
Mobilizações
Após a decisão do governo Doria, movimentos populares,
parlamentares, sindicatos e centrais sindicais têm se mobilizado
pela manutenção da sede da entidade.
Representantes de diferentes organizações tem ido até o local, onde
atos e vigílias têm ocorrido de forma permanente.
O último protesto foi na terça-feira, dia 3. Na ocasião,
o coordenador geral do sindicato, Wagner Fajardo, destacou o
fato de a imprensa popular estar noticiando os fatos
e criticou a ausência de notícias em veículos da mídia
comercial. Após envio de sugestão de pauta aos veículos de
comunicação de amplo acesso de público, houve apenas
silêncio.
"Existem muitas categorias neste enfrentamento e com pouca
visibilidade, há um verdadeiro cerco da imprensa no sentido de não
noticiar nada do que acontece".
Para o secretário de Relações do Trabalho da CUT-SP, Wagner
Menezes, o Marrom, a invisibilidade se sobrepõe a todo o ramo do
transporte que, de acordo com o dirigente, está sendo desrespeitado
pelo governo paulista.
“Doria promoveu um leilão em plena pandemia, sem qualquer diálogo
com os trabalhadores. Esse entreguismo das nossas riquezas está
sendo feito no transporte, na educação, na saúde, no saneamento e
com outras categorias. O governador descarta a história de
construção do sindicato desde o final da década de 1980 a duras
penas, assim como joga no lixo a história de inúmeros pais e mães
de família e o papel social que cumpre o sindicato”.
“É bom lembrar que João Doria é o mesmo cara que pretende se
candidatar à Presidência em 2022, o que seria trocar seis por meia
dúzia. A retirada de direitos em São Paulo é a mesma que ocorre no
governo Bolsonaro no país”, completa.
Solidariedade
O terreno onde hoje está a sede do sindicato foi cedido por
comodato em 1987. Desde lá, os trabalhadores construíram o espaço
com recursos próprios.
A sede do sindicato, além de atender os metroviários, abriga
atualmente pessoas em situação de rua neste período de baixas
temperaturas. A acolhida ocorre entre 20h e 8h, desde o dia 30 de
julho, em uma ação em parceria com a pastoral do Povo de Rua e a
principal referência nesta luta hoje na cidade de São Paulo, padre
Júlio Lancellotti.
Fornece não apenas local para dormir e tomar banho como um
estacionamento para as “carroças”, veículos utilizados pelas
pessoas em situação de rua para recolher materiais recicláveis ao
longo do dia como forma de obter uma renda.
AMARAL - SINDICATO DOS METROVIÁRIOS DE SÃO PAULO
Diretor do sindicato, José da Silva, mais conhecido como Amaral, destaca que além representar os trabalhadores diante de negociações coletivas, tanto das linhas públicas como das que foram privatizadas, a entidade realiza trabalhos sociais há muitos anos.
O sindicato também empresta espaços de sua sede a outras categorias de trabalhadores, seja para reuniões ou momentos de lazer.
Durante a pandemia, o diretor comenta que o sindicato tem feito doações de roupas e calçados, além de 200 marmitas diárias. As refeições são feitas, em parceira com a União Brasileira de Mulheres (UBM), na cozinha solidária construída na sede da entidade.
AMARAL - SINDICATO DOS METROVIÁRIOS DE SÃO PAULO
“Temos uma escolinha de futebol de salão, que recebe filhos de metroviários e crianças da comunidade do entorno. Também abrimos espaço para ensaio das escolas de samba Vai, vai e Acadêmicos do Tatuapé. Temos ainda a Banda do Trem Elétrico, bloco de Carnaval do sindicato, que reúne trabalhadores e moradores dos bairros do entorno. Ou seja, a nossa sede presta um serviço social à população como um todo”, afirma Amaral.
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
Mídia Consulte Comunicação &Marketing
Editora e Assessora de Imprensa: Viviane Barbosa MTB 28121
WhatsApp: 55 + (11) 9+6948-7450
Assessoria de Tecnologia da Informação e Website: Egberto Lima
E-mail: viviane@midiaconsulte.com
Redação: jornalismo@midiaconsulte.com
Siga a CNTTL nas redes sociais:
www.facebook.com/cnttloficial
www.twitter.com/cnttloficial
www.youtube.com/cnttl
Mídia
Canal CNTTL