Guarulhos: Decisão da Justiça obriga rodoviários a suspenderem paralisação
O Sindicato informa que a categoria continuará em estado de greve. As empresas transporte deverão apresentar uma contraproposta em uma semana.
Publicação: 21/05/2010
Os 12 mil motoristas e cobradores de ônibus das
empresas de transporte privado de Guarulhos suspenderam na manhã
desta sexta,21, aparalisação, iniciada na quarta. A decisão
foi determinada pelo desembargador e vice-presidente do Tribunal
Regional do Trabalho (TRT), Nelson Nazar, em audiência de
conciliação, ocorrida na tarde de quinta, entre representantes do
Sindicato das empresas de transportes e do Sindicato dos
Trabalhadores Rodoviários de Guarulhos
(Sinconverg-CUT).
O juiz determinou o retorno imediato dos rodoviários ao trabalho,
sob pena de demissão e multa diária de R$ 200 mil ao
Sindicato.
Estado de greve e prazo de negociação
O presidente do Sindicato, Orlando Maurício Junior, lamentou a
decisão da Justiça e disse que cerceia o direito à greve e à
liberdade de expressão. "Parece a volta da ditadura. Não podemos
falar nada, reclamar de nada, temos que ficar quietos e trabalhar.
Ou trabalhamos ou ficamos desempregados",
indignou-se.
O sindicalista ressaltou que a categoria cumprirá a decisão
judicial, mas deixou claro que o “estado de greve continuará”.
“Fixamos o prazo de uma semana para as empresas de transporte
retomarem as negociações da nossa Campanha Salarial”,
concluiu.
Reivindicações e paralisação
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 14,10% (referente
à reposição da inflação calculada pelo INPC-IBGE do período da
data-base 1º de maio, 4,56%, e mais 9,12% de aumento real);
vale-refeição de R$ 12; a implantação de um piso salarial único; o
fim da dupla função (motorista que atua também como cobrador) e do
“motorista leve” (que passou de cobrador para motorista, mas ganha
salário inferior à função), bem como a jornada 40 horas
semanais.
Mas as empresas de transportes, no entanto, só ofereceram a
reposição da inflação estimada em 4,56%.
Segundo Maurício, se na próxima semana as empresas de transportes
não avançarem nas reivindicações, a paralisação poderá ser
retomada.A CNTT-CUT reforça aos sindicatos cutistas do
transporte e de outras categorias que ajudem na luta dos
trabalhadores rodoviários de
Guarulhos.