Cientistas britânicos afirmam que um novo exame
que identifica sete tipos de câncer de mama poderá estar disponível
dentro de dois anos. Atualmente, em exames para detectar câncer de
mama, apenas dois marcadores biológicos são
procurados.Mas, em 2012,
pesquisadores revelaram que o câncer de mama pode ser de dez tipos
diferentes, dependendo da genética da paciente.
Esses tipos só podem ser identificados a partir
de um exame genético detalhado, que custa caro e não é prático para
a maioria das pacientes.
Agora, a equipe da Universidade de Nottingham
desenvolveu um método que avalia dez proteínas importantes que
identificam sete tipos diferentes da doença.
Em artigo na revista especializada British
Journal of Cancer, os pesquisadores afirmaram que a descoberta vai
ajudar os médicos a personalizar os tratamentos e aumentar as taxas
de sobrevivência das pacientes, que variam de acordo com o tipo de
câncer.
Andy Green, que liderou a pesquisa na
Universidade de Nottingham, afirmou que, com o aumento nas opções
de tratamento para câncer de mama, a decisão quanto à escolha do
tratamento mais adequado está ficando cada vez mais
complexa.
"Melhorias no tratamento e no resultado para
pacientes com câncer de mama vão envolver a melhoria nas metas de
terapias apropriadas para os pacientes. (Mas) deve ser igualmente
importante a melhora em estratégias paralelas para evitar
tratamentos desnecessários ou impróprios e os efeitos colaterais",
disse.
Assinatura
No estudo, os cientistas procuraram pela
"assinatura" de cada tipo de câncer em 1.073 amostras de tumores,
recolhidas em um banco de tecidos.Eles descobriram que 93%
dessas amostras se encaixavam bem em um dos sete tipos, enquanto as
7% restantes foram mais difíceis de se encaixar em uma
categoria.
Outros exames das amostras revelaram que os
sete tipos são definidos por combinações e níveis diferentes de dez
proteínas encontradas em células do câncer de
mama.
Elas incluem duas proteínas que já são
identificadas rotineiramente em células de câncer de mama - o
receptor de estrogênio (ER) e HER2, além de outras que não são
testadas atualmente, como a p53, HER3, HER4a e a
citoqueratina.
Apesar do otimismo dos pesquisadores, Emma
Smith, do departamento de informação científica da ONG britânica
Cancer Research UK, afirma que são necessárias mais pesquisas nessa
área.
"A pesquisa e as novas tecnologias estão
começando a nos dar uma ideia do que está por vir nesta área. Mas
não está claro se esta série de marcadores dará aos médicos mais
informações úteis do que os exames que já são feitos",
disse.
"Vamos precisar de resultados de outros estudos
ou testes clínicos para afirmar com certeza se essa abordagem pode
ser boa para identificar tratamentos diferentes e melhorar a
sobrevivência para as mulheres com a doença".