Durante os protestos contra a Emenda 3, realizados na segunda, dia
23, o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo,Luiz
Portella, declarou que os metroviários realizaram paralisações
porque cortaram cabos da via, num ato de vandalismo. O Sindicato
dos Metroviários de São Paulo lamenta as declarações do secretário
e atribui às mesmas ao seu desconhecimento do sistema metroviário.
As primeiras informações levantadas pelo Sindicato dão conta de
que, pelo fato de ter sido detectada uma pessoa na via, foi
acionado um dispositivo chamado "SPAP", que interrompe a circulação
de energia elétrica na via, evitando que ocorra um acidente. Este
dispositivo está presente nas plataformas, na Sala de Supervisão
Operacional (SSO) e no Centro de Controle Operacional (CCO) e pode
ser acionado por qualquer pessoa que presencie um indivíduo em
perigo na via. O restabelecimento também é automático e imediato,
tão logo a pessoa seja resgatada. Prática Os metroviários nunca
fizeram sabotagens, depredaram ou praticaram qualquer modalidade de
violência em suas manifestações ou paralisações. Esta é uma
categoria que sempre decidiu suas ações de forma coletiva e
democrática e confiou em seu Sindicato para organizá-las e
conduzi-las com responsabilidade e prudência. Por este motivo, ao
fim das investigações, este episódio estará esclarecido e o senhor
secretário se desculpará pelas acusações infundadas, que
reafirmamos tratar-se de desconhecimento da categoria e mau
assessoramento. Serra Igualmente, o Sindicato lamenta as críticas
do governador José Serra, e esclarece que a paralisação desta manhã
não teve como objetivo atender interesses apenas de sindicalistas,
conforme declarou. Ao contrário. Os metroviários abraçaram uma
causa que diz respeito a todos os trabalhadores brasileiros, junto
com as principais centrais sindicais do Brasil. Às 5h desta
segunda-feira, 23, representantes da CUT, CGT, Força Sindical,
Conlutas e diversas entidades que representam os trabalhadores
realizaram um ato na estação Corinthians/Itaquera para esclarecer
as razões da mobilização nacional. Os riscos Os metroviários,
motoristas de ônibus, e diversas categorias profissionais do país
estão mobilizados contra o fim da fiscalização das relações
trabalhistas pelos fiscais da Receita Federal, Previdência Social e
Ministério do Trabalho, representada pela derrubada do veto à
emenda 3. Caso ele seja derrubado, empregadores ficarão livres para
demitirem trabalhadores com carteira assinada e contratar
trabalhadores como Pessoa Jurídica (PJ) deixando de pagar todos os
direitos trabalhistas garantidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), como 13º salário, férias remuneradas,
vale-transporte e refeição, etc. Por este motivo, enquanto não
estiverem garantidos os direitos de todos os trabalhadores
brasileiros, os metroviários não descartarão nenhuma forma de luta.
Fonte: Sindicato dos Metroviários de São Paulo
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