O Portal CNTT-CUT divulga artigo de Carlos Ramiro de Castro, vice-presidente da CUT-SP.
Publicação: 28/05/2010
São
inegáveis os avanços obtidos no último período a partir do
fortalecimento da unidade da classe trabalhadora, dos movimentos
sociais e partidos progressistas, que se somam para pressionar por
mudanças, construir uma nova sociedade e garantir a efetivação de
um novo patamar de direitos.
De forma unitária, com marchas a Brasília, mobilizações e greves,
as centrais sindicais, conquistaram, entre outros importantes
avanços, a política de valorização do salário mínimo, a atualização
da tabela do Imposto de Renda, a ratificação da Convenção 151 da
OIT - que estabelece a negociação coletiva no serviço público - e o
seu próprio reconhecimento legal enquanto entidades representativas
da classe.
No próximo dia 1º de junho em Assembleia no Pacaembu, na
Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, as centrais vão
apresentar uma plataforma comum pelo fortalecimento do Estado,
apontando propostas como a defesa das riquezas do pré-sal, da
jornada de 40 horas semanais e a aprovação do projeto de combate à
terceirização. Para a concretização desta pauta, será necessário
envolver e mobilizar milhões de brasileiros, rompendo com o manto
da invisibilidade da grande mídia, meio de contaminação da
ideologia e dos mesquinhos interesses dos seus proprietários sobre
os interesses da coletividade.
Prova disso é que, diariamente, os grandes jornais e as emissoras
de rádio e televisão estampam sua contrariedade com a integração
latino-americana, cujo êxito social e econômico se reflete na
diversidade do nosso intercâmbio comercial e de uma maior
independência frente aos EUA e à Europa. Caso o país seguisse o
receituário tucano, ecoado por sua mídia, estaríamos mais
vulneráveis à crise internacional, com menos condições de definir
soberanamente o nosso próprio destino.
Recentemente, na busca incessante da paz, o governo brasileiro foi
o pilar de um acordo com o Irã. Inconformado com tamanho
protagonismo, esses mesmos jornais, rádios e tevês alinharam-se com
os interesses belicistas dos Estados Unidos, afrontando o desejo de
toda a Humanidade. Foi assim que passaram a reproduzir em seus
editoriais, entrevistas e reportagens o complexo de inferioridade
de quem não vê a grandiosidade de uma política externa
independente, mas de quem quer o país de joelhos, subalterno,
capacho das grandes potências imperialistas e de suas guerras de
rapina.
O fato é que ao longo de mais de uma década resistimos, no Brasil e
no mundo todo, à política neoliberal de entrega das nossas riquezas
e privatização do patrimônio público, à perda de direitos, ao
arrocho dos salários, à terceirização e à degradação das condições
de vida e trabalho. Nos mantivemos de pé e, a partir da eleição do
presidente Lula, começamos a virar aquela página sombria de traição
ao povo e ao país, implementando o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAV) para dotar o país da infraestrutura necessária ao
desenvolvimento, ampliando os espaços democráticos de participação
popular com as inúmeras Conferências Nacionais de Educação, Cultura
e Comunicação, abrindo a porta para os negros nas universidades
públicas, combatendo a discriminação contra as mulheres com a Lei
Maria da Penha, estimulando a participação da juventude e
valorizando os aposentados e pensionistas, com reajustes superiores
à inflação.
Agora é o momento de seguir em frente. Demos e tucanos se propõem a
escrever com Serra, ministro de FHC, a reedição daquele desgoverno
de triste memória, de criminalização dos movimentos sociais, que
entregou a Vale do Rio Doce e tentou até privatizar a Petrobrás.
Felizmente, o Brasil amadureceu e as forças políticas e sociais se
encontram em melhores condições para fazer o enfrentamento
político-eleitoral e derrotar os representantes do passado,
construindo alianças para ir além das conquistas do presente rumo à
efetiva emancipação nacional.
Ao lado da classe trabalhadora e de todo o povo brasileiro, vamos
juntos descortinar um novo futuro de progresso, justiça e
solidariedade.
Carlos Ramiro de Castro é vice-presidente
da CUT-SP