O Brasil registra todo ano 7.904
mortes no trânsito relacionadas à sonolência ao volante, a maioria
é provocada por erro humano, e os acidentes custam aos cofres
públicos cerca de R$ 788,8 milhões. Estes dados foram
apresentados pelo doutor em Psicobiologia pela Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp) e especialista em sonolência e acidentes do
trabalho, Marco Túlio de Mello, (foto: Dino Santos) no Seminário de
Logística da CUT, no dia 27 de março.
Em sua palestra, o especialista disse que é
“mito” a recomendação que dormir oito horas por dia é necessário.
“Isso é mentira. Têm pessoas que se recuperam dormindo cinco horas
por dia. Em média, 75% dos brasileiros dormem por volta de 7h40”,
conta.
Mello disse que os acidentes ocorrem na
madrugada e depois do almoço, quando há maior incidência do sono.
“Motoristas que trabalham à noite nunca conseguem dormir o
necessário. O risco de acidentes aumenta a partir da 9ª h de
trabalho”, explica.
O especialista ressaltou que é comum os
motoristas usarem drogas, como heroína, cocaína e crack, para se
manterem acordados, mas isso só prejudica ainda mais a saúde.
Segundos pesquisas, as mulheres sofrem mais com
insônia e os homens com ronco e apneia, que aumenta em 3,4 vezes a
possibilidade de bater o veículo. “O trabalhador tem
responsabilidade social, se não cuida de si e provoca um acidente,
ele é corresponsável por esse acidente”, alerta.
Qualidade de vida
O especialista da Unifesp defende a jornada de
trabalho 12x36 (em que o empregado trabalha 12 horas e descansa 36
horas) para o setor rodoviário. “Cansaço mata. A cada 2 horas
de direção é recomendável dormir 15 minutos. Pensar na escala de
trabalho na hora de negociar o contrato é importante. Qualidade de
vida é fundamental”, finaliza.

No destaque, o professor
Tulio - foto: Dino Santos

Dirigentes acompanham a
palestra - foto: Dino Santos
Fotos do evento
A cobertura fotográfica
realizada pelos fotógrafos profissionais Dino Santos e Dorival Elze
estão disponíveis no nosso flickr: galeria
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