O Supermo
Tribunal Federal (STF) determinou na tarde de quarta-feira, 12, por
5 votos a 2, que a União indenize a Varig pelos prejuízos causados
no congelamento das tarifas aéreas promovido pelo plano Cruzado na
segunda metade da década de 80.
(Foto: Aposentados comemoram resultado do julgamento no plenário do
STF - crédito: Henrique Lessa/Pauta
Nova)
A ação, que tramita há 21 anos no judiciário, ainda
não tem um valor definido para a indenização. O pedido incial da
companhia totaliza um montante de quase R$ 4 bilhões, mas com os
juros e a correção esses valores, estima-se, poderiam chegar até
cifras entre R$ 10 e 15 bilhões.
Para o escritório Castagna Maia, que acompanha o caso do Aerus para
a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT
(FENTAC/CUT) e para os sindicatos de trabalhadores, a indenização
deve ficar entre R$ 7 bi e R$8 bi. Segundo os advogados escritório,
Lauro Thadeu Gomes e Carolina Maia, o valor exato só poderá ser
conhecido após os cálculos da justiça.
O interesse dos aposentados pela ação se deve ao fato de que, à
época que a companhia operava, utilizou os valores da indenização,
confirmada apenas neste julgamento, como garantia das operações de
refinanciamento de suas dívidas junto ao fundo de aposentadoria dos
funcionários, o Aerus.
Em função dessa garantia, o pagamento desta indenização deve
resolver os problemas do Fundo Aerus, além de pagar as verbas
recisórias dos trabalhadores demitidos quando a empresa falhiu.
Julgamento
O julgamento do caso no Supremo iniciou em 2013 quando a ministra
Relatora, Carmen Lúcia, leu seu voto que condenava a União.
Para Carmen Lúcia, em função de a Varig ser uma concessionária de
serviço público, a União não poderia ter quebrado o equilíbrio
econômico-financeiro no contrato com a empresa.
No ano passado, após o voto da relatora, o presidente da corte,
ministro Joaquin Barbosa, pediu vistas e a ação só voltou a pauta
de julgamento na quarta-feira, 12.
Dos 11 ministro da corte, três se consideraram impedidos e não
participaram do julgamento: Teori Zavascki, Luiz Fux e Dias
Toffoli. Além disso Marco Aurélio Mello estava fora de Brasília e
também não participou.
Os Ministros Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Melo e Ricardo
Lewandowski, acompanharam o voto da relatora Cármen Lúcia. Para
eles ficou claro que os prejuízos da Varig estavam ligados ao
congelamento das tarifas.
Para Joaquin Barbosa e Gilmar Mendes, únicos a discordar da
posição da relatora, a União não poderia ser responsabilizada pela
má gestão da empresa, pois todos sofreram de forma igual com os
planos econômicos de combate a inflação. "O boteco da esquina, a
birosca da Maria... Todos fariam jus a algum tipo de reivindicação
em face do Estado [devido aos planos econômicos]", destacou Mendes
em seu voto.
Câmara ocupada
Um grupo de aproximadamente 30 aposentados do Aerus acompanhou, em
clima de final de copa, o julgamento no plenário do STF. Após o
término da sessão do Tribunal e a comemoração pelo resultado, o
grupo seguiu em caminhada para a Câmara dos Deputados onde
conversaram com parlamentares e decidiram, mais uma vez, acampar no
Salão Verde da Câmara.
O grupo, que já ocupou a Câmara no ano passado, só pretende sair de
lá após a definição de um acordo com a União para o pagamento
imediato dos benefícios. Para dormir no local esta noite, os idosos
buscaram as poltronas e bancos do local, utilizados geralmente
pelas equipes de reportagem que acompanham os trabalhos no
congresso. "Os aposentados com idade média de 75 anos não podem
esperar mais, é necessário que o governo após uma decisão tão
importante como essa, garanta o restabelecimento imediato dos
benefícios para dar uma condição de dignidade a estas pessoas",
declarou porta voz do grupo, Graziella Baggio.
Celso Klafke, presidente da FENTAC/CUT que também dormiu no local,
ressaltou a importância da mobilização dos trabalhadores e
aposentados para uma solução rápida após o julgamento "não podemos
deixar o Governo criar entraves jurídicos para arrastar esse
pagamento para mais 20 anos, nos oito anos que já se passaram
perdemos mais de 1.000 colegas, alguns pelo enorme desalento que
passaram no final de suas vidas", destacou.
Segundo Baggio, o grupo permanecerá no local durante o final de
semana e não decidirá nada até a próxima terça-feira, 18, quando
deve se reunir com o Presidente da Câmara, Deputado Henrique Alves
(PMDB/RN). "Até lá, nós seguiremos ocupando esse espaço, a
Presidenta Dilma terá que honrar o seu compromisso feito há mais de
seis mese de encontrar uma solução para essas 10 mil pessoas
aposentadas e quase 20 mil trabalhadores da ativa que perderam toda
suas poupança para a aposentadoria", destacou.
Com informações da
Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação
Civil
Secretário Nacional de Comunicação da CNTTL: José Carlos da Fonseca - Gibran
Redação CNTTL
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